Leilão da BR-163 terá impacto positivo, dizem entidades

BR-163 em MS (Foto: Tatiane Queiroz/G1 MS)

Fiems e Aprosoja/MS projetam benefícios com a concessão da estrada.
CPC arrematou o trecho da rodovia em MS com deságio de 52,74%.

Entidades representativas do agronegócio e da indústria de Mato Grosso do Sul consideraram que a concessão do trecho sul-mato-grossense da BR-163 a iniciativa privada terá um impacto positivo para os setores e para a economia do estado.
O leilão foi realizado na manhã desta terça-feira (17), na BM&FBovespa. A Companhia de Participação em Concessões (CPC) arrematou o trecho de 847,7 quilômetros da BR-163 em Mato Grosso do Sul  com um valor para a tarifa de pedágio de R$ 0,04381 por quilômetro, o equivalente a R$ 4,38 para cada 100 quilômetros. O valor representa um deságio de 52,74% em relação ao teto fixado no edital, que era de R$ 0,0927 por quilômetro.
De acordo com a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), os benefícios da concessão vão predominar em relação aos novos custos. “O impacto da privatização será positivo se levado em consideração a agilidade do escoamento, a conservação das estradas e o ritmo do fluxo”, destaca o presidente da entidade, Almir Dalpasquale, referindo-se às melhores condições de trafego, economia de combustível, durabilidade dos pneus e motores e, principalmente queda no número de acidentes na rodovia.
De acordo com a Aprosoja/MS, a duplicação da pista dará ritmo à logística agrícola e pouco impactará na rentabilidade da produção. “Cerca de 70% da produção de grãos se concentra ao sul do estado, sendo assim os caminhões que transportarem a soja até o porto de Paranaguá [no Paraná} terão de arcar com pedágios em no máximo quatro pontos. Mas a queda no tempo de viagem será um dos pontos mais positivos na logística agropecuária”, afirma Dalpasquale.
O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), Sérgio Longen, também considerou o leilão um avanço para o segmento. “O setor produtivo, como um todo, só tem a ganhar com a melhoria da malha rodoviária. Hoje, em decorrência do excesso de buracos na rodovia, o desgaste dos caminhões é muito grande e isso reflete no custo do frete para escoar a nossa produção. Por isso, entendemos que é muito melhor rodar em uma rodovia com pedágio, porém com segurança, do que uma sem pedágio, mas repleta de riscos”, destaca.
Longen lembra ainda que a BR-163 foi um dos eixos prioritários apontados pelo projeto Centro-Oeste Competitivo, realizado pela entidade e pela Federação da Agricultura e Pecuária do estado (Famasul), com apoio das confederações nacionais dos segmentos (CNI e CNA), e que mapeou a estrutura logística do estado e sua demanda futura.
“Nós entendemos que, apenas por meio das parcerias público privadas, será possível colocar em prática os projetos prioritários apontados pelo estudo.  Por isso, na semana passada, apresentamos o projeto na comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado, por entendermos que o apoio do Legislativo é fundamental para a construção de ações nesse objetivo”, concluiu.
A concessão
A concessão do trecho da BR-163 em Mato Grosso do Sul será pelo prazo de 30 anos. A previsão do governo federal é que sejam investidos R$ 5,69 bilhões pela concessionária neste período.
A empresa vencedora do leilão ficará responsável pela administração de um trecho de 847,2 quilômetros de rodovia, onde terão que ser feitas obras de duplicação, recuperação, manutenção e implantação de melhorias. Estão previstas 9 praças de pedágio no segmento que começa na divisa com o estado de Mato Grosso e termina na divisa com o Paraná, atravessando 20 municípios em Mato Grosso do Sul.
Pelo trecho de 847,2 quilômetros da BR-163 em Mato Grosso do Sul devem passar diariamente em 2013, 7.569 veículos, segundo estimativa da Superintendência Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Desse total, 35,56%, o equivalente a 2.767 devem ser veículos de passeio, 2,04%, ou 155, de transporte coletivo (ônibus) e 61,40%, o equivalente a 4.647, de transporte de cargas. A via é o principal corredor de transporte rodoviário do estado.

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