DILMA: QUEM NÃO TEM PARTIDO TEM RICO POR TRÁS

A Presidenta Dilma Rousseff criticou, nesta segunda-feira (8), os argumentos contrários à atual gestão da Petrobras e disse achar estranho falar em destruição ou sucateamento da empresa. “Saímos de R$ 15 bi de valor da empresa e chegamos a R$ 111 bilhões”, afirmou a Presidenta em entrevista ao Estadão, para completar: “Falam mal da política de conteúdo local. Voltamos a ser a quarta indústria naval do mundo. Chegamos a 81 mil empregos. Petrobras é a maior empresa do país”.

Sobre as denuncias de corrupção na empresa, Dilma defendeu os mecanismos de investigação criados nos governos do PT e lembrou o desempenho de órgãos federais em gestões passadas. “O que aumentou foi a investigação. Ninguém investigou o afundamento da P-36. Ninguém fez CPI. Não é própria das plataformas ficarem por aí afundando”.

A candidata à reeleição se refere à Plataforma P-36 que afundou durante o mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2001. “O que me estranha é que outros esquemas de corrupção não tenham tido o mesmo tratamento. Caso de mensalão do DEM e o do mineiro.  Quem não investiga não descobre. Não engavetamos nem impedimos a Polícia Federal de descobrir. Nosso procurador nunca foi engavetador.”

Sobre a reportagem de capa da Veja, que trata da delação premiada do ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa, Dilma, que diz esperar por mais informações para tomar decisão, foi enfática: “A imprensa não tem nenhum fórum para me dizer que alguém é corrupto ou não. Quero informação a mais aprofundada possível. Quem é competente sobre o assunto é Polícia Federal, Ministério Público e juiz da Suprema Corte. A própria revista não diz de onde tirou as informações.”, enalteceu.

“Determinei ao José Eduardo Cardozo que ele fizesse um ofício à Polícia Federal que se tiver alguém do governo federal envolvido nós gostaríamos de ter acesso a essa informação”, explicou a Presidenta.

Sobre Marina Silva (PSB), candidata adversária, Dilma fez ressalvas quanto às suas propostas. “A candidata Marina é bem intencionada. A comparação com Jânio Quadros e Fernando Collor é que ambos governaram sem partido e sem apoio.Quem acha possível não ter partidos geralmente tem alguém muito poderoso por trás, normalmente os mais ricos. Isto não é nova política. Isso é uma política que levou o país para crises”.

Dilma voltou a defender a reforma política como pauta principal caso seja reeleita. “Sem reforma política, sem financiamento popular, não tem essa questão de nova, nem velha política. Alguém pode achar que faz parte das atribuições da Presidenta fazer nova política. E não é. Tem que mudar o atual formato. Eu sei que a maioria das pessoas querem que melhore a maneira de financiar campanha”.

Por fim, questionada sobre o “Volta, Lula” em 2018, a petista reiterou: “Todo mundo que apostou num conflito entre eu e Lula, errou, porque a gente tem uma relação fortíssima, de convívio diário. Se ele quiser voltar em 2018, estarei com ele”, finalizou.

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