GUIMARÃES: MPS DO AJUSTE NÃO RETIRAM NENHUM DIREITO

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Líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE) afirma em entrevista ao 247 que as medidas provisórias 664 e 665 "são essenciais para o ajuste econômico e estão dentro do esforço geral que a presidente Dilma Rousseff vem fazendo para garantir a retomada do crescimento"; alvo de críticas das centrais sindicais, as MPs tratam de seguro-desemprego, abono salarial e benefícios previdenciários e, de acordo com Guimarães, apenas "corrigem distorções gritantes"; esforço para unificar a base começa hoje em reunião com o vice-presidente Michel Temer e líderes de todos os partidos aliados; "A votação das MPs do ajuste fiscal será um divisor de águas para o governo Dilma em sua relação com o Congresso, em que, até aqui, neste segundo mandato, acumulou derrotas impostas pelos presidentes da Câmara e do Senado", analisa a jornalista Tereza Cruvinel, colunista do 247
Gisele Federicce, 247 – O governo tenta aprovar no Congresso esta semana as medidas provisórias 664 e 665, que fazem parte do ajuste fiscal proposto pela equipe econômica chefiada pelo ministro Joaquim Levy. A MP 665, que trata de seguro-desemprego e abono salarial, pode ser votada nesta terça-feira 5, enquanto a MP 664, que trata de benefícios previdenciários, será votada em comissão especial.
Em entrevista ao 247, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse estar otimista de que a base dará uma "demonstração de unidade" votando junto com o governo. Ele defende que "cada um tem que fazer a sua parte" e que as medidas "são essenciais para o ajuste econômico e estão dentro do esforço geral que a presidente Dilma vem fazendo para garantir a retomada do crescimento".
A discussão será iniciada em reunião no final desta tarde entre o vice-presidente, Michel Temer, e os líderes de todos os partidos aliados. "A partir de hoje é força total, temperatura máxima nas discussões", disse Guimarães, que nega que o governo tenha recuado em relação à pensão por morte, como noticiou a imprensa na semana passada. "Não é recuo, é negociação. O governo negociou à exaustão. Quem fala 'recuo' não está entendendo nada o que está acontecendo", criticou o deputado.
Alvo de críticas de todas as centrais sindicais, as MPs 664 e 665, conforme defende o líder do governo, não retiram benefícios dos cidadãos. Ele as compara com o projeto que regulamenta a terceirização. "Elas não retiram nenhum direito, daqueles direitos que são conquistas da velha e atual CLT, diferentemente do PL 4330. Com essas medidas, mantém-se o seguro-desemprego, o seguro-defeso, pensão por morte, auxílio-doença, abono salarial", exemplificou.
O que a Câmara irá fazer, explica o deputado, como seu papel para contribuir com o necessário ajuste econômico da presidente, é corrigir distorções. "Estamos aperfeiçoando, como no seguro-desemprego e no seguro-defeso, corrigindo distorções gritantes, depois que houve desvios grandes e imperfeições. Está provado por A mais B que as medidas não tiram direitos, nós estamos aperfeiçoando", ressaltou.
Para Guimarães, a criação de um fórum para debater políticas de emprego e renda, anunciado pela presidente Dilma no Primeiro de Maio, é uma forte sinalização ao diálogo, que ajudará a criar um clima favorável ao ajuste no Congresso. O fórum é "uma medida de grande impacto aqui no Congresso" e "o caminho para estabilizar a relação dos segurados com a previdência", descreveu Guimarães.
Governo tenta retomar sua própria agenda
De acordo com análise da jornalista Tereza Cruvinel, com a votação das MPs, o governo tenta retomar sua própria agenda no Congresso, que vinha sendo ditada pelo Senado, de Renan Calheiros (PMDB-AL), mas principalmente pela Câmara, presidida por Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Para ela, a aprovação das medidas será um "divisor de águas" para o governo. "Este será, em princípio, o jogo mais importante para o governo na área política esta semana", escreve a colunista, em seu blog no 247.
"A votação das MPs do ajuste fiscal será um divisor de águas para o governo Dilma em sua relação com o Congresso, em que, até aqui, neste segundo mandato, acumulou derrotas impostas pelos presidentes da Câmara e do Senado", diz Tereza. A jornalista cita o "estilo suave", mas que "não pode ser confundido com tibieza", do vice Michel Temer e destaca que "é com este estilo que ele agora tentará enquadrar inclusive os rebeldes de seu partido, o PMDB", para aprovar as MPs.


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