A presidente Dilma Rousseff fez nesta quarta (10) um apelo a todas as igrejas cristãs para que mobilizem os fiéis no combate ao mosquito transmissor do vírus Zika; Dilma recebeu esta tarde, no Palácio do Planalto, líderes de diferentes denominações religiosas para pedir que ajudem na orientação à sociedade sobre o trabalho para eliminar os criadouros do Aedes aegypti; ela destacou que as lideranças religiosas possuem credibilidade para engajar os fiéis no combate ao inseto, evitando o acúmulo de água parada em casa
Agência Brasil - A presidenta Dilma Rousseff fez hoje (10) um
apelo a todas as igrejas cristãs para que mobilizem os fiéis no combate ao
mosquito transmissor do vírus Zika.
Dilma recebeu esta tarde, no Palácio
do Planalto, líderes de diferentes denominações religiosas para pedir que
ajudem na orientação à sociedade sobre o trabalho para eliminar os criadouros
do Aedes aegypti, que também transmite a dengue e a febre chikungunya.
A presidenta destacou que as
lideranças religiosas possuem credibilidade para engajar os fiéis no combate ao
inseto, evitando o acúmulo de água parada em casa. Segundo o governo, dois
terços dos focos do mosquito estão localizados em residências.
Mais cedo, a Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic)
lançaram a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016, cujo objetivo é alertar
sobre o direito de todas as pessoas ao saneamento básico e debater políticas
públicas e ações que garantam a integridade e o futuro do meio ambiente.
De acordo com o bispo dom Flávio
Irala, presidente do Conic, Dilma lançou fez o convite e lançou um “desafio”
para que as congregações ajudem na mobilização. “Historicamente, somos
deficitários quanto à questão do saneamento básico. Mas a gente vê uma grande
vontade e um grande investimento que já tem sido feito pelo atual governo no
sentido de resolver esse sério problema”, disse.
O bispo disse que o cuidado com o
espaço comum também é de responsabilidade dos moradores, e não somente do Poder
Público, e que o objetivo da campanha é fazer um “grande chamado” para que os
cristãos participem dos conselhos municipais e cobrem melhorias no saneamento. Segundo
o presidente da Aliança Batista do Brasil, Joel Zeferino, o tema ainda é um
“grande problema” que não foi resolvido no Brasil.
“Antes da epidemia do Zika, nós temos
milhares de outros problemas relacionados ao saneamento básico. As crianças
ainda morrem de diarreia. Embora o Brasil tenha uma grande cobertura de água
potável, ainda há locais onde as pessoas não têm acesso à água potável, e isso
também mata as pessoas. É preciso que a sociedade cobre dos Poderes Públicos,
sobretudo os municipais, sobre o investimento de recursos para solucionar o
problema”, disse.
O arcebispo núncio apostólico da
Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia, Tito Paulo Tuza, disse que vai orientar os
padres da sua religião, que possui cerca de 200 mil fiéis, para que dediquem
cinco minutos de cada celebração a orientarem as pessoas sobre a necessidade de
se evitar o acúmulo de lixo e de água parada em casa.
Aborto
Diante do aumento dos casos de microcefalia em bebês filhos de mulheres que contraíram o vírus Zika, o debate sobre o aborto voltou à tona entre especialistas e religiosos. As lideranças das igrejas disseram que o tema não foi tratado na reunião com Dilma, mas concordaram com a urgência de se aprofundar no assunto.
Diante do aumento dos casos de microcefalia em bebês filhos de mulheres que contraíram o vírus Zika, o debate sobre o aborto voltou à tona entre especialistas e religiosos. As lideranças das igrejas disseram que o tema não foi tratado na reunião com Dilma, mas concordaram com a urgência de se aprofundar no assunto.
De acordo com Joel Zeferino, a
Aliança Batista do Brasil ainda não tem uma posição a respeito do tema. “Nós
entendemos que este é um tema que precisa ser discutido com a sociedade de
forma muito democrática e aberta, e sobretudo, é preciso incluir nesse debate
as mulheres que sofrem esse aborto e sobretudo as mulheres de periferia das
nossas cidades, as mulheres negras, que são aquelas que de fato fazem esses
abortos ilegais. Todos falam a respeito do tema, menos as mulheres que sofrem
esse aborto, então é preciso empoderá-las”, afirmou.
“Tudo isso é um processo que precisamos tratar com
urgência da questão, mas ainda não temos nenhuma discussão feita”, disse Flávio
Irala, bispo da Diocese Anglicana de São Paulo. Já a Igreja Sirian Ortodoxa de
Antioquia proíbe todos os casos de aborto, com exceção de quando as mulheres
correm risco de morrer.
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