Comitiva presidencial chegou à China, onde
participará de cúpula do G20.
Renan Calheiros defendeu decisão de Dilma poder ocupar cargo público.
O presidente Michel Temer afirmou
nesta sexta-feira (2) que a manutenção do direito da ex-presidente Dilma Rousseff ocupar
cargo público, garantida por decisão do Senado, agora passa a ser uma questão
da Justiça, e não mais da esfera política. Ele deu a declaração em Xangai,
onde participou de encontro entre empresários chineses e brasileiros. A partir
de domingo, Temer participa de reunião de cúpula do G20 na China.
Na quarta-feira (31), quando votou o
impeachment da ex-presidente Dilma, o Senado decidiu analisar separadamente a
perda do cargo e a perda do direito de ocupar cargo público. A atitude
foi vista como ilegal por adversários da ex-presidente, que acionaram o Supremo
Tribunal Federal. Para Temer, agora não importa se a ação do Senado foi
"certa ou errada".
"O Senado tomou a decisão, certa ou
errada, não importa, o Senado tomou a decisão. Me parece que está sendo
questionada agora juridicamente. Então ela sai do plano exclusivamente político
para o quadro de uma avaliação de natureza jurídica", disse o presidente a
jornalistas que acompanham a comitiva brasileira em Xangai.
Ele ainda afirmou, segundo a agência Reuters,
que Dilma ter mantido o direito de ocupar cargo público é um "pequeno" embaraço e
que o fato não afeta a estabilidade do governo.
O presidente do Senado, Renan Calheiros, que
viajou com a equipe de Temer para a China, também foi questionado sobe a
manutenção dos direitos de Dilma e defendeu a decisão dos senadores. Apesar de
ser do mesmo partido de Temer, Renan foi um do parlamentares que deu apoio à
votação que beneficiou a ex-presidente.
"Há um processo no STF [sobre o tema] em
que os ministros ficaram divididos, 4 a 4. É o melhor momento para que nós de
uma vez por todas possamos decidir sobre isso", afirmou Renan. Perguntado
sobre se a decisão do Senado foi correta, ele respondeu: "correta e
absolutamente defensável".
Na passagem da comitiva brasileira em Xangai,
empresários chineses anunciaram investimento de mais de R$ 10 bilhões no Brasil
nos próximos anos. Entre esses investimentos estão a construção de projetos
siderúrgicos no Maranhão, compra de aviões da Embraer e obras de melhoramento
da infraestrutura do setor agrícola.
No discurso no evento com empresários
chineses e brasileiros, Temer destacou que essa é sua primeira missão oficial
como presidente efetivado, disse que os indicadores econômicos no Brasil estão melhorando
e que o país vai superar a crise.
Depois a comitiva presidencial foi para a
cidade de Huangzhou, sede do encontro do G20. Lá, Temer terá uma reunião bilateral com o presidente chinês, Xi Jinping.
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