Vídeo mostra
republicano usando palavras vulgares sobre uma mulher.
Primeira-dama pede que eleitores digam basta.
Primeira-dama pede que eleitores digam basta.
A primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama,
afirmou nesta quinta-feira (13) que os comentários do candidato republicano à
presidência do país, Donald Trump, sobre o comportamento
abusivo dele com mulheres a abalaram profundamente. Usando um tom extremamente
pessoal, ela pediu aos eleitores que digam basta.
Numa gravação de 2005 que veio
à tona na última sexta-feira, Trump se vangloria, usando linguagem vulgar, de
que sua fama lhe permite "fazer qualquer coisa com as mulheres", até
mesmo tocá-las em partes íntimas. Michelle disse que as declarações do magnata
são "chocantes e humilhantes".
"Eu não consigo acreditar
que eu estou dizendo que um candidato à presidência dos Estados Unidos se
vangloriou de atacar sexualmente mulheres", afirmou a primeira-dama, em
discurso numa universidade em Manchester, no estado de New Hampshire.
"Isso não é normal, isso não é a política usual."
"Isso não foi apenas
uma conversa indecente, não foi apenas uma brincadeira de vestiário, foi um
indivíduo poderoso falando livre e abertamente sobre um comportamento sexual
predatório e se gabando de beijar e tocar mulheres", disse a
primeira-dama.
"Usando uma linguagem tão
obscena que muitos de nós ficamos preocupados que nossos filhos ouçam isso ao
ligarmos a TV."
Michelle disse que as frases
proferidas no vídeo são um exemplo de como o empresário tratou o sexo feminino
durante toda a sua vida. "Os comentários vergonhosos sobre os nossos
corpos, o desrespeito a nossas ambições e nosso intelecto, a crença de que você
pode fazer o que quiser com uma mulher, isso é cruel, é assustador",
disse.
Para Michelle, trata-se de
algo intolerável, não importa que partido se apoie. "Nenhuma mulher merece
ser tratada dessa maneira. Nenhuma de nós merece esse tipo de abuso",
afirmou. Ela rechaçou as alegações de Trump de que seus comentários não
passaram de palavras, dizendo que se trata de uma afronta a todas as mulheres,
pais e cidadãos dos Estados Unidos.
Michelle não mencionou o
marido, o presidente Barack Obama, mas disse que as falas de Trump não refletem
a maneira como os homens na família dela discutem sobre as mulheres. "Eles
são pais amorosos, que ficam enojados com a ideia de suas filhas serem expostas
a esse tipo de linguagem viciosa sobre as mulheres. Minimizar isso como
conversa de bastidores é um insulto a todos os homens decentes."
Denúncias de
assédio
Os comentários de Trump fizeram mulheres revisitarem memórias dolorosas de quando foram assediadas pelo magnata, destacou a primeira-dama. Nesta quarta-feira,o jornal The New York Times divulgou relatos de duas americanas que teriam sido assediadas pelo magnata por volta de 1980 e em 2005. Outros casos semelhantes foram, então, divulgados pelo Palm Beach Post e pela revista People.
Os comentários de Trump fizeram mulheres revisitarem memórias dolorosas de quando foram assediadas pelo magnata, destacou a primeira-dama. Nesta quarta-feira,o jornal The New York Times divulgou relatos de duas americanas que teriam sido assediadas pelo magnata por volta de 1980 e em 2005. Outros casos semelhantes foram, então, divulgados pelo Palm Beach Post e pela revista People.
Trump afirmou nunca ter feito
as coisas das quais se gaba na gravação. Ele também negou os relatos de
mulheres divulgados pela mídia, classificando-os de "absolutamente
falsos". "Nunca encontrei essas pessoas, nem sei quem elas são. São
histórias inventadas", disse.
Em meio à divulgação do vídeo
de 2005 e dos relatos de mulheres, Trump vem perdendo apoio na reta final da
campanha eleitoral. Sondagens situam o candidato até 11 pontos percentuais
atrás da rival democrata, Hillary Clinton. E uma pesquisa de
opinião divulgada pela agência Reuters e pelo Instituto Ipsos nesta apontou que
um em cada cinco republicanos acreditavam que os comentários sexistas de Trump
o desqualificavam para exercer o cargo de presidente.
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