Ministro do STF suspende operação da PF no Senado Policiais federais com material apreendido durante operação no Senado
O ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu
nesta quinta (27) suspender a Operação
Métis, deflagrada pela Polícia Federal no Senado na semana passada.
Na decisão, Teori remete o processo da 10ª Vara
Federal do DF para o STF.
A operação havia prendido quatro policiais legislativos, entre eles o
diretor da Polícia do Senado, Pedro Carvalho, sob a suspeita de obstruir as
investigações da Lava Jato contra senadores e ex-senadores. Todos já foram liberados.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou que entraria
com recursos no STF contra
a ação, considerada por ele ilegal por não ter tido aval da Suprema
Corte.
O despacho de ministro foi feito sobre a reclamação apresentada pelo
policial legislativo Antônio Tavares, um dos alvos da ação da PF.
Ele pediu ao Supremo, na terça (25) a anulação da
operação, sob argumento de que a Polícia Federal usou uma estratégia
ilegal para investigar senadores sem o aval do STF.
Teori determina ainda a libertação de todos os suspeitos que
eventualmente permanecem presos. Os quatro detidos, porém, já haviam sido
soltos.
ENTENDA
De acordo com a Polícia
Federal, a Operação Métis, deflagrada na sexta (21), visa desarticular uma
suposta organização criminosa que tentava atrapalhar investigações da Lava
Jato.
A investigação nasceu a
partir de informações fornecidas à PF, no âmbito do STF, por um policial
legislativo, o servidor Paulo Igor Bosco Silva.
De acordo com ele,
varreduras contra escutas eram feitas pela Polícia do Legislativo para proteger
Senadores investigados.
Aparelhos de detecção de
grampos em poder da Polícia Legislativa teriam sido usados em seis imóveis
ligados a dois senadores e dois ex-senadores: Fernando Collor (PTC-AL), Lobão
Filho (PMDB-MA), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e José Sarney (PMDB-MA).
O Senado afirma que a
Polícia Legislativa atua dentro dos limites da Constituição, de acordo com as
normas legais e o regulamento administrativo da Casa.
Fonte: Folha de São Paulo
Comentários