Um
áudio distribuído por grupos de Whatsapp registra o momento em que policiais
federais anunciaram que iriam transferir o ex-governador Anthony Garotinho do
Hospital Municipal Souza Aguiar para o Hospital Hamilton Agostinho Vieira de
Castro, no Complexo Gericinó, em Bangu, na zona oeste, na noite da
quinta-feira, 17. No registro, o secretário municipal de Campos dos Goytacazes
resiste à transferência e diz que teme por sua vida.
“Levar
é o cacete. Eu não vou. Isaías do Borel, tem um monte de preso lá que foi tudo
eu que botei na cadeia. Estão doidos para me levar para lá para me matar. Sabe
que quarta-feira eu tenho reunião com dr. (Rodrigo) Janot para entregar o resto
da quadrilha. Isso tudo foi armado. Eu não vou”, reage.
A
transferência foi decidida pelo juiz federal Glaucenir Silva de Oliveira, da
100ª Zona Eleitoral de Campos, depois de receber informações sobre “diversas
regalias no Hospital Souza Aguiar, onde se encontra internado sob suspeita de
doença ainda sequer identificada”.
Leia
a transcrição do diálogo do ex-governador com agentes da PF:
–
Mate o homem, aqui.
–
A gente só precisa te levar. Se você não fizer força, é melhor.
–
Levar é o cacete. Matem o homem. Eu não vou. Isaías do Borel, tem um monte de
preso lá que foi tudo eu que botei na cadeia. Estão doidos para me levar para
lá para me matar. Sabe que quarta-feira eu tenho reunião com dr. Janot para
entregar o resto da cadeia. Isso tudo foi armado. Eu não vou, cara.
–
O senhor vai. Porque o senhor está preso com decisão judicial. Nós vamos
cumprir a ordem judicial
–
Me matar é uma decisão sua.
–
O senhor vai. A opção vai ser sua de ir na paz, ir muito bem ou (inaudível).
Imagens
feitas no momento da transferência do ex-governador, dentro do hospital Souza
Aguiar, mostram que Garotinho reage com chutes, mas é contido por agentes
federais. Ao mesmo tempo, gritam a também ex-governadora Rosinha Garotinho e a
deputada federal Clarissa Garotinho, respectivamente, esposa e filha do
político.
Na
manhã desta sexta-feira, 18, Rosinha e um cardiologista particular levaram
medicamentos e receberam autorização extraordinária para visitar o
ex-governador, que também está sendo acompanhado por um cardiologista da
Secretaria de Administração Penitenciária.
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