Você é capaz de imaginar
um agente de saúde do Estado que ganha salário de R$ 118 mil? E um agente
administrativo que recebe R$ 117 mil por mês? Pois bem. Essas - e muitas outras
- aberrações do orçamento público existem no Pará. É o que revelam dados da
Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), divulgados na edição de ontem do
jornal Estado de São Paulo.
Segundo o relatório, o
maior número de servidores públicos ganhando supersalários no País está nos
Judiciários estaduais, que possui pouco mais de 3 mil funcionários com salários
acima do teto do funcionalismo público, em 2015. Ou seja, ganham mais de R$
33.763 mensais, o que fere a Constituição Federal.
Logo atrás dos Judiciários
dos Estados, estão os Executivos federal e estaduais, com 2,5 mil servidores
com ganhos acima do teto constitucional. É nesse grupo que aparecem os grandes
marajás do Pará. Entre todos os funcionários públicos do Brasil, de todas as
esferas, os 6 maiores salários estão em território paraense.
O mais alto de todos
os salários do funcionalismo público do País é o de um agente de Saúde do
Legislativo Estadual paraense, que ganha os já citados R$ 118 mil por mês.
Entre os seis campeões nacionais de supersalários, o menor deles é de R$
114.700, recebido também por um agente de saúde do Legislativo do Pará.
MILIONÁRIOS
Não se sabem, no entanto,
os nomes desses servidores públicos milionários - em apenas um ano, eles
recebem mais de R$ 1,2 milhão - nem se eles atuam na Assembleia
Legislativa do Pará (Alepa) ou no Tribunal de Contas do Estado (TCE). A RAIS
não divulga essas informações. Porém, ambos os órgãos deram declarações ao
jornal Estado de S. Paulo.
A Alepa, que há duas
legislaturas é presidida pelo deputado estadual Márcio Miranda (DEM), afirmou
que esses funcionários com supersalários não estão na sua folha de pagamento. O
Tribunal de Contas disse o mesmo, mas admitiu que há, sim, casos de servidores
com ganhos acima do teto constitucional, mas que estes são “concedidos por meio
de decisões judiciais”. Só faltou explicar que “decisões judiciais” são essas.
Enquanto isso, o contribuinte paraense - ou seja, você, caro leitor - segue
pagando salários astronômicos de mais de R$ 100 mil a meros agentes de saúde.
Comentários