Os moradores de
comunidades ribeirinhas e pesquisadores de Altamira, no sudoeste do Pará, estão
preocupados com a situação da seca no rio Xingu, que já estaria prejudicando a
pesca na região. Segundo a população, a seca ocorre desde o início do
funcionamento da hidrelétrica Belo Monte. Em nota, a Norte Energia informou que
cumpre rigorosamente o que foi determinado na licença de operação expedida pelo
Ibama para as vazões mínimas que devem ser liberadas para a Volta Grande do
Xingu.
De acordo com a Norte
Energia, este ano, por causa da baixa vazão do rio houve período em que toda a
água que chegou ao reservatório foi liberada. Enquanto isso, os ribeirinhos
relatam dificuldades para sobreviver da pesca.
“Depois que a barragem começou
a funcionar, os problemas começaram. Esse ano a água já não foi mais aonde ela
ia antes”, explica o presidente da associação dos moradores da comunidade,
Manassés Aranha.
O Corpo de Bombeiros fez
vistorias na área e constatou que pelo menos uma comunidade se encontra
isolada. “Já reportamos relatório para Belém para informar a situação. A
comunidade tinha acesso não somente pelo rio, mas também pela estrada. Isso
gera um isolamento da população”, diz o capitão do Corpo de Bombeiros, Celso
Piquet.
Uma bióloga que faz
pesquisas na região da Volta Grande do Xingu desde 2007 acompanha a seca com
preocupação. “A vazão do Rio Xingu em um trecho de 100 quilômetros foi
totalmente alterada. Essa vazão não é suficiente para manter a fauna aquática e
o ecossistema”, explica a pesquisadora da UFPA, Cristiane Carneiro.
Audiência pública
O Ministério Público Federal(MPF) convocou uma audiência pública para a próxima sexta-feira (11), no Centro de Convenções de Altamira, para tratar sobre a garantia do modo de vida tradicional da população ribeirinha diante de impactos causados pelo empreendimento de Belo Monte.
O Ministério Público Federal(MPF) convocou uma audiência pública para a próxima sexta-feira (11), no Centro de Convenções de Altamira, para tratar sobre a garantia do modo de vida tradicional da população ribeirinha diante de impactos causados pelo empreendimento de Belo Monte.
O MPF também pretende
abordar a situação de ribeirinhos e indígenas que vivem no trecho de vazão
reduzida, ou seja, na área que fica abaixo do barramento da hidrelétrica,
onde houve redução no volume de água do rio.
Por G1PA
Por G1PA
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