Do-G1PA.
O julgamento do acusado de
ser mandante do assassinato do casal de extrativistas José Cláudio e Maria do
Espírito Santo está marcado para terça-feira (5), em Belém. Segundo o advogado
de defesa de José Rodrigues, que está foragido, o réu não tem obrigação de
comparecer ao julgamento e será mantida a negativa de autoria por não haver
evidências que condenem o acusado.
O crime ocorreu em maio de
2011, no município de Nova Ipixuna,
no sudeste do Pará. Antes do crime, o casal de extrativistas vinha sendo
ameaçado de morte. “Eram lideranças populares junto às famílias para que
pudessem exercer uma atividade agrícola sem destruir o meio ambiente. Esse era
o foco deles. Esse projeto ameaçava os interesses do latifúndio”, diz o padre
da Comissão da Pastoral da Terra, Paulo da Silva.
Meses antes do crime, em
um evento que discutiu o desmatamento na Amazônia, José Cláudio denunciou as
ameaças. “Eu vivo com a bala na cabeça. Posso está hoje aqui conversando com
vocês e daqui a um mês vocês podem ter a notícia de que eu desapareci”, disse a
vítima na época.
A irmã de José Cláudio diz
que, após cinco anos, a dor da perda continua a mesma. “É todo dia e toda hora,
mas infelizmente a gente tem que superar. Temos que continuar no processo de
busca pela justiça”, desabafa Claudelice Santos.
Julgamento
O primeiro julgamento foi em 2013, em Marabá, também no sudeste do estado. Alberto Lopes Teixeira e Lindojhonson Silva Rocha foram condenados a mais de 40 anos de prisão pela execução do casal.
O primeiro julgamento foi em 2013, em Marabá, também no sudeste do estado. Alberto Lopes Teixeira e Lindojhonson Silva Rocha foram condenados a mais de 40 anos de prisão pela execução do casal.
Já José Rodrigues,
apontado pela promotoria como mandante do crime, foi absolvido. O Ministério
Público recorreu da decisão e o julgamento do réu foi anulado e trazido para a
capital paraense. O novo júri será na terça-feira, no Fórum Criminal de Belém,
mas pode ser que ele ocorra sem a presença do réu, que está foragido.
“Acontece o júri que a
gente chama revelia do acusado. Ele não está presente, mas existem todas as
provas e o júri pode acontecer normalmente”, explica a advogada da comissão da
Pastoral da Terra, Andrea Silverio.
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