A crise no sistema
prisional brasileiro e a falência no modo como os presídios são geridos
atingiram o ápice no início de 2017. Desde domingo, #Manaus vive um verdadeiro
cenário de horror com fugas de presos, #massacre entre facções e motins
ameaçadores ao poder público. Na madrugada de segunda-feira, dia 2, uma
rebelião no Complexo Penitenciário Jobim (Compaj) resultou em 56 mortes – o
maior massacre em presídios brasileiros desde o Carandiru, em São Paulo, em
1992.
Antes disso, no domingo, a
crise já havia sido conflagrada com a fuga de 87 presos do Instituto Penal
Antônio Trindade (Ipat). Brayan Bremer Quintelo Mota, um dos fugitivos, tirou
sarro de todos aqueles que acreditam no poder público e no papel da cadeia.
Como se nada tivesse acontecendo, o bandido bateu uma selfie e postou no seu
perfil pessoal no Facebook, com a seguinte legenda: “Na fuga da cadeia”. Na
imagem, ele aparece junto a um outro fugitivo, que não teve a identidade
revelada.
Durante a tarde desta
segunda-feira, mais terror: até o fechamento desta edição, não havia
informações concretas sobre fugas, feridos ou mortes no novo motim realizado no
estado, dessa vez tendo como palco o Centro de Detenção Provisória Masculino
(CDPM). Em comunicado oficial, o governo informou que policiais militares
impediram uma tentativa de fuga de um grupo detento na casa prisional, que tem
uma incrível superlotação de 176%. A capacidade é de 568 presos, mas há 1568
internos, segundo dados da SEAP – Secretaria de Administração Penitenciária.
Entre as três rebeliões em
menos de 24 horas em Manaus (fuga em massa no Ipat, massacre violento no Compaj
e motim no CDPM), a que mais causou temor e apreensão no país inteiro foi a do
Compaj, na madrugada de segunda-feira. Cenas brutais e chocantes já percorrem
as redes sociais com imagens de internos decapitados e mutilados. Além dos 56
assassinados, outros 112 fugiram. Sérgio Fontes, secretário estadual de
segurança, resumiu o conjunto de fatos como “o maior massacre prisional da
história do estado de Amazonas”.
Ciente da gravidade do
caso, o Governo Federal deslocou o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes,
para Manaus. O objetivo da viagem, segundo o próprio ministério, é verificar a
situação do Compaj, que registrou o sangrento motim na madrugada de domingo
para segunda-feira. Presos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e
estupradores foram os principais alvos dos demais apenados. Segundo Fontes,
secretário de segurança, quem comandou o massacre foram homens da Família do
Norte (FDN), rival do PCC na guerra do tráfico.
A tendência é que
Alexandre de Moraes ofereça a estrutura de presídios federais para eventuais
transferências de presos, além da presença de homens da Força Nacional no
Amazonas.
A BR-174, que liga Manaus
a Roraima, abriga tanto o Compaj quanto o CDPM, O motim de domingo, que
registrou a fuga de 87 presos do Ipat, tem relação, segundo as autoridades, com
as outras duas rebeliões. “Foi mais um capítulo da guerra do narcotráfico”,
resumiu o secretário de segurança Sérgio Fontes. #prisões
Por Blasting News
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