O relator
da proposta da reforma da Previdência, deputado
federal Arthur Maia (PPS-BA), defendeu hoje (6) a idade mínima de 65 anos para a
aposentadoria.
“Não dá
para pensar em não ter idade mínima de 65 anos de jeito nenhum”, disse Maia, ao
deixar o Ministério da Fazenda, em Brasília, após reunião com o ministro
Henrique Meirelles.
O relator
informou que apresentou ao ministro as demandas de parlamentares e pediu que
fossem feitas “contas” para analisar eventuais alterações no texto enviado pelo
governo ao Congresso Nacional.
Segundo Maia, estão em discussão
as regras de transição, o fim da aposentadoria especial para policiais, a
cobrança de contribuição de trabalhadores rurais, o aumento da idade para
receber o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e a desvinculação do
salário-mínimo, além do acúmulo de aposentadoria e pensão.
O
deputado voltou a defender um “aprofundamento melhor” das regras de transição.
Para Maia, a regra enviada para análise do Congresso é “muito abrupta”.
“É
importante dizer que não estamos fazendo nada de novo. Quando se diz que não
tem integralidade entre aposentadoria e o salário que o sujeito recebeu ao
longo da vida, isso não foi criado agora. Foi criado com o fator
previdenciário, há mais de 15 anos. Isso existe no mundo inteiro”, acrescentou.
O
deputado disse ainda que a Previdência precisa ter a contribuição de todos,
inclusive dos trabalhadores rurais. “Quando se diz que a Previdência tem que
ter a contribuição de todos, inclusive dos rurais, é porque a natureza da
Previdência é que todos possam contribuir. Como é que você contribui para no
final da vida ter um salário mínimo e quem não contribui também tem um salário
mínimo? É justo que isso aconteça? Não pode ser.”
Relatório
Arthur
Maia, relator da reforma da Previdência
Não dá para pensar em
não ter idade mínima de 65 anos de jeito nenhum
A
Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal divulgou relatório
nesta segunda-feira alertando que o Congresso precisa manter a idade mínima de
65 anos para a aposentadoria. Sem a fixação dessa idade, os efeitos da reforma
nas contas públicas serão insuficientes.
O
diretor-executivo da IFI, Felipe Salto, destacou que a reforma é crucial para
viabilizar o teto de gastos. “O teto fica inviabilizado sem a reforma. Se não
houver reforma, acabou o teto de gasto. Esse é o recado. Não vai funcionar.”
Aprovando
a idade mínima, o ganho da reforma na redução do gasto previdenciário seria de
1,4 ponto porcentual do PIB no melhor ano dos efeitos da proposta, em 2041.
Salto
classificou de absurda a ideia de que não há déficit nas contas
previdenciárias. “É balela dizer que não há déficit. Ele vai crescer e
acelerar”, previu.
Pelos
cálculos da IFI, em 2030, 70% do Orçamento seriam usados para pagar a
Previdência. “É preciso fazer alguma coisa”, alertou.
(Com
Agência Brasil e Estadão Conteúdo)
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