Itaituba terá áreas de manejo sustentável

Área a ser concedida corresponde a 45% da área total das florestas nacionais de Itaituba, que, somadas, chegam a 625 mil hectares. (Foto: Divulgação)
O Governo Federal realiza, desde ontem, as duas primeiras audiências públicas sobre a concessão de 295 mil hectares das Florestas Nacionais (Flonas) de Itaituba I e II, localizadas em Itaituba e Trairão, no oeste do Pará.
“Estimamos uma elevação no PIB (Produto Interno Bruto) da região em pelo menos 3% ao ano. Isso representa um impacto permanente, que promove o desenvolvimento sustentável da região”, disse o economista Henrique Dolabella, gerente de concessões florestais do Serviço Florestal Brasileiro, órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.
Segundo ele, serão cerca de R$ 50 milhões de faturamento anual esperados a partir das operações florestais, tributos anuais de R$ 15,7 milhões, sendo R$ 5,5 milhões para o Estado do Pará e receita para municípios de R$ 1,8 milhão. Além disso, 1.600 empregos diretos e indiretos deverão ser gerados a partir da concessão. A área a ser concedida corresponde a 47% da área total das flonas, que somadas chegam a 625 mil hectares. As audiências públicas representam o primeiro passo para dar início ao processo licitatório, que está previsto para o 2º semestre deste ano.
A concessão integra o Plano de Desenvolvimento Sustentável (PDS) para a área de influência da BR-163 e prevê um conjunto de políticas públicas estruturantes, baseada na crença de que é possível conciliar crescimento econômico e integração regional com justiça social e uso sustentável dos recursos naturais.
PRESERVAÇÃO

“A melhor forma de preservar a floresta é fazer o manejo sustentável. Garantindo a rastreabilidade dessa madeira explorada e fiscalizando para que ela ocorra dentro dos parâmetros pré-estabelecidos, estamos evitando o desmatamento e a exploração ilegal”, comentou Dolabella.
Para ele, apesar de não estar descartado o uso dessas regiões para exploração de produtos não-madeireiros, a predominância do preço alto da madeira no mercado, (especialmente a madeira com rastreabilidade e georreferenciador, como é o caso), não deve abrir espaço para outros produtos. “Ainda assim, se o concessionário quiser produzir açaí, por exemplo, será necessária abrir uma consulta junto às comunidades tradicionais para evitar conflito de renda e competição desleal com produtores daregião”, explicou.
As audiências públicas têm como objetivo a apresentação da proposta do edital de concessão, coleta das contribuições e prestar esclarecimento sobre eventuais dúvidas da população dos municípios e dos demais interessados no processo. As contribuições também podem ser feitas pelo site do Serviço Florestal Brasileiro, até o próximo dia 21.


(Kelly Lima/Diário do Pará)

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