O ex-deputado e
ex-assessor especial do presidente Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures, foi
preso na manhã deste sábado, segundo informou a Polícia Federal. Ele foi preso
em casa em Brasília e levado para a Superintendência Regional da PF na capital.
A ordem de prisão foi expedida pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal
Federal a pedido do procurador-geral Rodrigo Janot. Loures é acusado de receber
propina da JBS em nome de Temer. Ambos respondem a inquérito por corrupção no
STF.
O Ministério Público
Federal reapresentou o pedido de prisão de Rocha Loures na quinta-feira, depois
que foi formalizada a posse do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) que saiu do
Ministério da Justiça e retornou à Câmara. Com o posse de Serraglio, Loures
perdeu a vaga por ser apenas suplente de deputado.
No pedido de prisão, o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que Rocha é “verdadeiro
Ionga manus do presidente Michel Temer”. A expressão em latim é usada para
descrever aquele que atua como executor das ordens de outro.
“Vale ressaltar que o
envolvimento de Rodrigo Santos da Rocha Loures se deu na condição de homem de
“total confiança” – verdadeiro Ionga manus do Presidente da Republica Michel
Miguel Elias Temes Lulia. Este último permanece detentor de foro por prerrogativa
de função no Supremo Tribunal Federal. Em suma, Rodrigo Loures aceitou e
recebeu com naturalidade, em nome de Michel Temer, a oferta de propina (5%
sobre o benefício econômico a ser auferido) feita pelo empresário Joesley
Batista, em troca de interceder a favor do Grupo J & F, mais
especificamente em favor da EPE Cuiabá, em processo administrativo que tramita
no CADE. Após esse acordo inicial, momento em que o crime de corrupção se
consumara, o deputado federal ainda recebeu os valores da propina acertada do
também colaborador Ricardo Saud”, diz o procurador no novo pedido de prisão.
Em sua defesa, o
ex-deputado argumentou que o novo pedido de prisão é uma forma de pressioná-lo
para fazer delação premiada. “Por que não diz a verdade, isto é, que quer a
prisão para forçar uma delação, como tem sido usual nos últimos tempos?”,
questionou o advogado Cezar Bitencourt na peça encaminhada ao relator da
Lava-Jato, ministro Edson Fachin.
Em depoimento de delação,
o dono da JBS Joesley Batista afirmou que Rocha Loures foi indicado pelo
presidente Michel Temer para tratar de assuntos de interesse da empresa. O
ex-deputado foi flagrado recebendo uma mala com R$ 500 mil em propina da JBS,
em ação controlada da Polícia Federal.
Fonte: Jornal O Globo
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