Economize até R$ 13 na compra do botijão de gás

A redução de 4,5% no preço do gás de cozinha nas refinarias não deve chegar até o consumidor final, afirmam o Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás do Pará (Sergap) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese). A queda, anunciada na última terça-feira (4) pela Petrobrás, deveria atingir o preço final do produto no mercado em 1,5%, algo em torno de R$ 0,90, mas dinâmicas do setor devem impossibilitar que a diminuição ocorra.

No entanto, um levantamento feito pelo DIÁRIO mostra que se o consumidor pesquisar pode encontrar uma variação de até R$ 13 entre um revendedor e outro. O preço mais barato encontrado pela reportagem foi de R$ 49 e o mais caro de R$ 62 (veja infografia)

“Existe toda uma cadeia antes de chegar no consumidor. Começa na refinaria, então tem a distribuidora, depois as revendedoras e só então o consumidor”, explica Francinaldo Oliveira, presidente do Segarp. Segundo ele, a redução foi nas refinarias e a queda do preço depende muito se as distribuidoras vão repassar a redução ao revendedores ou não. “E, mesmo assim, é difícil chegar até o consumidor, porque é um setor muito concorrido. As revendedoras já trabalham na sua margem mínima por causa da competição”, argumenta. Para ele, um dos principais fatores para a não variação dos preços é o mercado informal, que cria uma competição desleal com as revendedoras clandestinase as autorizadas.

CADEIA
Roberto Sena, supervisor técnico do Dieese, esclarece que existem muitos fatores na cadeia de distribuição do gás de cozinha que afetam o preço final. “Cargas tributárias, custos de distribuição, distância entre postos, as margens de comércio, tudo isso influencia”, demonstra. É por isso que uma redução de 4,5% nas refinarias não chega completamente até o consumidor. Segundo Sena, no entanto, se todas as etapas do processo permanecessem sem alteração, a redução deveria chegar ao consumidor, ainda que com um valor menos expressivo. “Mas fatores como margens de preço e a clandestinidade dificultam isso”, comenta. O economista critica, porém, que as variações de aumento de preço chegam mais facilmenteaté o consumidor.

PREÇO DO PRODUTO AGORA ACOMPANHA MERCADO INTERNACIONAL

A redução do preço do gás de cozinha anunciada neste mês de julho vem logo após um aumento de 6,7% ocorrido no mês passado. Esses altos e baixos, segundo Sena, refletem a nova política de preço da Petrobrás iniciada ainda ano passado com outros combustíveis, e esse especificamente ano com o gás de cozinha. “Nos últimos 10 anos, mais ou menos, a alteração no preço do produto era muito pequena, pois impacta de forma muita direta o orçamento familiar do brasileiro”, esclarece. A nova dinâmica, no entanto, acompanha a variação de preço do mercado internacional.

“Economicamente, a redução é algo positivo. Mais de metade das residências do país utilizam gás de cozinha”, comenta. O preço deve continuar oscilando. “Pode cair num dia, mas aumentar no outro”, diz. Roberto Sena.


(Arthur Medeiros/Diário do Pará)

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