General do Exército sugere intervenção caso “problema político” não se resolva


Secretário de Economia e Finanças do Exército cobrou ação do Judiciário para “retirar da vida pública elementos envolvidos em ilícitos” e diz que militares podem “impor solução”; comandante rechaça nova intervenção.
O general Antonio Hamilton Martins Mourão, secretário de economia e finanças do Exército, sugeriu em evento promovido pela comunidade maçônica  em Brasília na última sexta-feira (15) que o “Alto Comando do Exército” considera liderar uma nova intervenção militar caso “os Poderes não encontrem uma solução para os problemas políticos” do País.
“Quando olhamos com temor e com tristeza os fatos que estão nos cercando, a gente diz ‘por que não vamos derrubar esse troço todo?'”, afirmou. “Ou as instituições solucionam o problema político, com a ação do Judiciário retirando da vida pública esses elementos envolvidos em ilícitos, ou então nós teremos que impor isso”, continuou o general ao sugerir uma intervenção militar.
O secretário do Exército garantiu que as Forças Armadas não pretendem ser “um fator de instabilidade” para o Brasil e criticou o que chamou de “sucessivos ataques de forma covarde” dirigidos ao Exército por conta do período da ditadura militar, entre 1964 e 1985. “Não são coerentes com o que aconteceu no período”, pontuou Mourão.
Apesar desses “ataques”, o general garantiu que os militares não irão titubear quando considerarem que é o momento de promover uma intervenção no Poder.
“No presente momento, nós vilumbramos que os Poderes terão que buscar a solução. Se não conseguirem, chegará uma hora que teremos que impor uma solução. E essa imposição não será fácil. Ela trará problemas”, disse. “O nosso compromisso é com a Nação, independente de sermos aplaudidos ou não. Então, se tiver que haver, haverá.”
Comando do Exército nega possibilidade de intervenção militar
Apesar das declarações de Mourão, o comandante do Exército, General Eduardo Villas Bôas, têm garantido em sucessivas notas divulgadas ao longo deste ano ano que “a atuação da Força Terrestre tem por base os pilares da estabilidade, legalidade e legitimidade”, e ressaltando ainda a “coesão e unidade de pensamento entre as Forças Armadas”.
Villas Bôas já havia discordado e repreendido Mourão em ocasião anterior. Em 2015, o general Antonio Hamilton Martins Mourão foi demitido do comando Militar do Sul após convocar outros militares a um “despertar da luta patriótica”.
Mourão foi realocado após essa decisão do comandante Villas Bôas justamente na Secretaria de Economia e Finanças do Exército, onde permanece até os dias atuais.
As declarações do general sugerindo uma intevenção militar foram proferidas durante evento da rede de lojas da Maçonaria Grande Oriente do Brasil (GOB).

Fonte: Último Segundo – iG

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