Celpa corta energia da fábrica de cimento Caima em Itaituba

Com a falta de cimento, construção de 107 casas no loteamento Campo Belo vai paralisar.
Na semana que passou o noticiário foi amplo sobre a crise da fábrica de cimento do Grupo João Santos no município de Itaituba. A paralisação das atividades da fábrica tem aberta a discussão sobre os motivos que levaram a empresa a praticamente falência.
Para o vereador Peninha, que está à frente da briga pela reativação da fábrica, o fechamento da empresa em Itaituba não tem justificativa financeira. Pode até ser de cunho familiar entre herdeiros do grupo João Santos.
O parlamentar afirmou que o cimento é vendido na fábrica, à vista, em Itaituba. “O produto só é entregue após o comprovante do pagamento do boleto em banco. Então, a suspensão da fabricação de cimento em Itaituba não pode ser financeira, pois dinheiro entra todos os dias em uma conta indicada pela fábrica. O que acontece, segundo apuramos, é que todo o dinheiro pago pela compra de cimento é depositado em uma conta em Recife. Isto por si, já explica os motivos da crise da fábrica em Itaituba. Não queremos entrar no mérito sobre pra quem vai o dinheiro e o que é feito deste dinheiro, mas temos o dever e a obrigação de cobrarmos da empresa o funcionamento da fabrica em Itaituba, pois, nós, Poder Legislativo, demos isenção fiscal à fábrica”, declarou Peninha.
“Nos últimos anos, após a morte do dono da empresa João Santos, a mesma entrou em decadência, com brigas familiares entre os herdeiros e isto tem refletido bastante na fábrica de cimento em Itaituba, que era considerada a “Menina dos Olhos” do empresário João Santos”, salientou Peninha.
“De lá pra cá a fabrica começou a desandar. O que estamos vendo hoje é uma empresa sem crédito na região. Deve ao Estado, desde 2011, mais de R$ 79 milhões somente de ICMS. Deve de CFEM- Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais, desde de fevereiro de 2017. E o mais vergonhoso: A energia foi cortada na sexta-feira (12), por conta de um débito de mais de R$ 2 milhões com a Rede Celpa Equatorial e os prestadores de serviços são pagos com a produção de cimento”, destacou Peninha. “Não conseguimos ainda saber o débito da fábrica com a Previdência, mas temos conhecimento que a empresa deve um valor alto dos descontados dos salários dos funcionários”, continuou o edil.
PARALISAÇÃO DE OBRA: Na manhã de sexta-feira (12), o vereador Peninha esteve visitando várias obras que estão em execução em Itaituba. Entre elas, a empresa JJP Construtora, que está executando a construção de 107 casas no loteamento Campo Belo. Segundo seu diretor, José Luiz, a falta de cimento e o alto preço que está sendo vendida a saca de cimento em Itaituba, vai fazer o empresário paralisar a obra, da construção de casas que já foram vendidas com financiamento da Caixa Econômica Federal. “Só tenho estoque de cimento para atender a obra durante 15 dias. Caso esta crise do cimento não seja restabelecida, vou ser obrigado a parar a obra e dispensar mais de 100 funcionários”, disse Zé Luiz.
“Como esta empresa, as demais construções estão ameaçadas de paralisar suas obras por falta de cimento, que está sendo vendido além de inflacionado e, deve terminar dentro de dias porque o estoque é pouco e a fábrica deixou de fornecer. Temos notícia que empresários estão comprando cimento em Belém para vender em Itaituba”, informou.

PREÇO ABUSIVO: Peninha lembrou que na sexta-feira (12) esteve no PROCON para denunciar empresários que, aproveitando a crise, estão vendendo o cimento com preço abusivo. De R$ 20,00 passaram a vender a R$ 40,00 e já tem comerciante vendendo a R$ 45,00 a saca.

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