Marilson Andrade denuncia que casas foram mal
construídas e apresentam perigo aos moradores
Com a construção do Residencial
Salvação, do programa do governo federal “Minha Casa, Minha Vida”, centenas de
famílias solucionaram seus problemas de moradia, pelo menos aparentemente.
Porém, devido a morosidade do governo, as casas ainda não foram entregues, e
por conta disso, a carne e a cerveja que muitos guardavam para festejar a “nova
morada”, estragou e teve que ser jogada fora. Como a esperança é a última que
morre, ainda tem gente que espera um dia ver a família reunida nas casas do
projeto “Minha Casa, Minha Vida”.
Enquanto
isso não acontece, o lado paralelo da habitação popular continua crescendo e
aumentando seus tentáculos. Uma área ao lado do Shopping Tapajós, na Rodovia
Fernando Guilhon, foi ocupada e até denominada de “Ocupação do Juá”.
Uma
situação que tornou-se regular, nesta época de crise política. Em meio a toda
essa turbulência, o líder comunitário Marilson Andrade declarou na redação do
jornal O Impacto, que as casas de áreas ocupadas são muito mais seguras que as
do projeto “Minha Casa, Minha Vida”, situadas em frente à área do Juá, onde
mais de 700 famílias estão instaladas.
As
casas da área de ocupação, apesar de serem feitas em sua maioria, de maneira
precária, são fruto do suor de cada um que está no terreno que eles tomaram
posse. Quanto às casas do “Residencial Salvação”, conforme citou o líder
comunitário, “correm risco de desabar, pode esperar daqui mais um ano, que toda
aquela estrutura vai sofrer as consequências por ter sido mal construída, e
pode ter até vítimas fatais”, alertou Marilson.
BURITI RECLAMA ÁREA: Este problema da Empresa Buriti estar reclamando
ser a dona da área, já se arrasta há vários anos.Posse esta contestada pelo
líder comunitário Marilson Andrade, “A Buruti impetrou pedido na justiça, no
ano de 2014, porém, a área não pertence à empresa”, citou Marilson. “Nós temos
como provar esse fato; a própria família que sabemos ser dona da área não
entrou com pedido de retirada das famílias que estão lá”, declarou.
Em
meio a esse mar de dilemas urbanos, Marilson se mostra tranquilo, em uma ilha
de tranquilidade, respaldado pelo tempo que vivem na área. “Quem pediu nossa
retirada foi a Buriti, não a família dona da área. Então, é uma ação judicial
que para nós é inválida”, finalizou Marilson Andrade.
SISTEMA DE DRENAGEM NECESSITA DE CORREÇÕES:Em vistorias realizadas há mais de uma semana, em
dias de chuva intensa no município de Santarém, fiscais da Semma (Secretaria
Municipal de Meio Ambiente) observaram que o sistema de drenagem de água
pluviais do Residencial Salvação ainda necessita de correções.
“Nós
estamos avaliando agora. Já temos uma leitura preliminar desse procedimento,
porque nós tínhamos que esperar um período mais intenso de chuvas. Nós
observamos que há necessidade de fazermos umas correções ainda no processo de
drenagem, mas essas correções, na nossa avaliação, são possíveis de serem
executadas após o licenciamento, porque elas não interferem no comportamento e
na vida do próprio empreendimento. Nós vamos emitir a licença somente quando a
licença de operação da ETE do Mapiri for publicada, porque essa é uma das
condicionantes”, declarou Podalyro Neto, titular da Semma.
No
ano passado, após as primeiras adequações no sistema de drenagem de águas
pluviais do Residencial, recomendadas pelo órgão ambiental, os fiscais da Semma
também observaram problemas e a empresa “EmCasa” foi novamente notificada a
fazer correções. Além das correções, a empresa cavou piscinões na parte da
frente do empreendimento, para minimizar o impacto da enxurrada na tubulação
que leva as águas pluviais até o Lago do Juá.
Os
piscinões estão funcionando a contento, mas outras questões que precisam ser
revistas pela construtora, considerando que o Residencial recebe contribuição
de bairros que ficam na parte mais alta, como Conquista e Alvorada, que drenam
água para aquela área nos dias de chuva mais forte.
O
secretário municipal de Meio Ambiente, ressalta que ao receber contribuição dos
bairros a montante, a velocidade com que a água corre naquela área em dias de
chuva é maior que antes da implantação do Residencial, porque houve supressão
da vegetação para a construção das casas. Antes, a vegetação amortecia a
descida das águas, impedindo que houvesse uma lavagem superficial mais forte.
Embora
as correções que serão recomendadas pela Semma não representem impedimento para
concessão da licença de operação ao empreendimento, Podalyro Neto lembra que o
documento não será liberado sem antes o Estado publicar a licença de operação
da Estação de Tratamento de Esgoto do Mapiri.
“Temos
que levar em consideração que cerca de 15 mil usuários serão assentados no
Residencial. É quantitativo considerável, por isso é importante que a licença
já esteja pronta e a ETE funcionando. Ela está recebendo hoje uma carga ainda
pequena, está passando por testes. Então, saindo essa licença de operação, a
Semma recebe esse documento e avança no licenciamento do empreendimento, para
que as famílias possam habitar suas casas após a entrega pelo governo federal”,
frisou Podalyro Neto.
Em
janeiro de 2014, quando o sistema de drenagem do residencial estava começando a
sair do papel, houve sério dano ambiental ao Lago do Juá. Um grande volume de
água e material sólido desceu do Residencial num dia de chuva torrencial. Sem árvores
e sem vegetação rasteira para diminuir a velocidade da enxurrada, grande
quantidade de material sólido do residencial foi carreado pela enxurrada para o
leito do lago, deixando a água com coloração amarelada e contribuindo para o
processo de assoreamento do manancial.
Por
Carlos Cruz
Fonte:
RG 15/O Impacto
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