Pedido
foi feito no inquérito que apura suposto pagamento de propina de R$ 10 milhões
combinado em jantar em 2014
A
Polícia Federal (PF) pediu a quebra do sigilo telefônico do presidente Michel
Temer e dos ministros Eliseu Padilha (MDB-RS), da Casa Civil, e Moreira Franco
(MDB-RJ), de Minas e Energia. O Palácio do Planalto disse que não vai comentar
o pedido da PF.
O
pedido foi apresentado ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal
(STF), relator do inquérito que investiga os três emedebistas dentro da
Operação Lava Jato. O inquérito apura o suposto de pagamento de propina pela
Odebrecht na Secretaria de Aviação Civil quando a pasta foi comandada pelo MDB,
em 2014.
Com
o pedido de quebra de sigilo, a PF pretende rastrear telefonema do presidente e
dos dois ministros em data próxima a um encontro no Palácio do Jaburu,
residência oficial de Michel Temer, onde teria sido acertado o pagamento pela
Odebrecht.
De
acordo com o depoimento do delator Cláudio Melo Filho, ex-executivo da
Odebrecht, ao Ministério Público Federal (MPF), o presidente Michel Temer
pediu, em 2014, R$ 10 milhões ao empreiteiro Marcelo Odebrecht.
Segundo
Melo Filho, quando Temer ocupava a Vice-Presidência da República, ele
compareceu a um jantar no Palácio do Jaburu, com a participação de Marcelo
Odebrecht, e do ministro Eliseu Padilha. Ainda de acordo com o delator, neste
encontro Temer solicitou "direta e pessoalmente" a Marcelo Odebrecht
apoio financeiro para as campanhas do MDB em 2014.
Sobre
esse assunto, o presidente já admitiu que houve o jantar, mas sempre disse que
não falaram de valores. Quando este depoimento se tornou conhecido, o Palácio
do Planalto divulgou nota informando que o presidente Michel Temer
"repudia com veemência" o conteúdo da delação de Melo Filho.
Quebra
de sigilo
O
inquérito que investiga o suposto pagamento dos R$ 10 milhões foi aberto no ano
passado, mas Temer só foi incluído entre os investigados em março deste ano.
A
Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra o pedido da PF para
quebra de sigilo telefônico do presidente. Porém, se manifestou a favor da
quebra de sigilo dos ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha. Raquel Dodge
considerou que não há indícios consistentes, até agora, contra o presidente
para deferir a medida.
No
inquérito dos portos, em que Temer também é investigado, a PF pediu quebras de
sigilos bancários. A PGR foi contra, mas o ministro Luis Roberto Barroso,
relator do inquérito no STF, autorizou a quebra de sigilo do presidente Michel
Temer, atendendo pedido da PF.
No
caso do inquérito sobre suposta propina da Odebrecht ao MDB, a decisão sobre a
quebra de sigilo caberá ao ministro Fachin.
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