Novo sistema de rastreabilidade bovina fortalece cadeia produtiva no Pará

Foto: Reprodução | A implementação ocorre por fases e é conduzida pela Adepará, que promove capacitações em vários municípios do Estado.

Iniciativa pioneira, o Programa Pecuária Sustentável do Pará demonstra o compromisso do Estado com o desenvolvimento sustentável do setor pecuário, promovendo a transparência e a integridade da cadeia produtiva. Lançado há um ano durante a COP 28, em Dubai, o projeto introduziu o Sistema Oficial de Rastreabilidade Bovídea Individual do Pará (SRBIPA), que visa identificar individualmente bovinos e bubalinos em todo o Estado até 2026.

Outros objetivos são ter 100% do trânsito de bovinos rastreado individualmente até dezembro de 2025; 75% dos Cadastros Ambientais Rurais validados até dezembro de 2025 e 100% até dezembro de 2026. O programa também prevê recuperação de 20% da área de pastagens degradadas e a priorização da implementação da rastreabilidade no entorno de Territórios Coletivos, como povos indígenas e comunidades tradicionais. Com o programa, o Pará reafirma seu compromisso em tornar a pecuária um setor competitivo, responsável e sustentável.

Gestão e Implementação – O programa tem um conselho composto por representantes da Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Secretaria do Desenvolvimento da Agricultura, Pecuária e da Pesca (Sedap), Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (Seaf), da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), do Instituto de Terras do Pará (Iterpa) e por cinco representantes da sociedade civil, incluindo a indústria, produtores rurais, agricultores familiares e organizações não governamentais.

A implementação ocorre por fases e é conduzida pela Adepará, que promove capacitações em vários municípios do Estado. Além de Belém, o treinamento ocorreu em Xinguara, Novo Repartimento, Paragominas e Tucuruí.

O sistema de identificação individual do rebanho bovino e bubalino vai proporcionar o fortalecimento e agregação de valor da produção pecuária para alcançar mercados internacionais.

“Em Xinguara, foram treinados 11 operadores da rastreabilidade, que são trabalhadores de grandes propriedades que existem na localidade, depois fomos para Novo Repartimento com outra realidade, em que identificamos animais em propriedades com até cem cabeças, de agricultores familiares, e depois fomos para Paragominas, que é a do médio produtor. Então, a gente passou pelo grande, pequeno e agora o médio produtor em Paragominas, onde identificamos 80 animais e foram treinados 67 operadores da rastreabilidade. Com Tucuruí, a previsão é manter esse número entre 50 e 100 operadores e finalizar a nossa estimativa de 160 operadores da rastreabilidade treinados na região sudeste do Estado”, afirma Barbra Lopes, gerente de Rastreabilidade e Cadastro Agropecuário da Adepará.

Treinamentos – Os treinamentos são divididos em duas partes: a teórica e a prática. Na parte teórica, são abordados temas como boas práticas agropecuárias e inclui as boas práticas de identificação individual animal, bem-estar animal, as portarias publicadas pela Adepará, o decreto do Governo do Estado, que institui o Programa da Pecuária Sustentável.

Na prática, os técnicos vão para as propriedades fazer a identificação. Alguns requisitos para ser um operador de rastreabilidade são ser maior de 18 anos, ter escolaridade a partir do nível fundamental e ter feito o treinamento da Adepará.

“Para o ano que vem, planejamos um ano de muitos treinamentos, vai ser um ano de educação sanitária e formar novos operadores de rastreabilidade, porque acreditamos que são peças fundamentais tanto para implementação como para manutenção do programa, lembrando que o produtor da rastreabilidade pode ser o próprio produtor ou um funcionário contratado por ele, que faça parte da cadeia da pecuária de alguma forma, seja um médico veterinário, zootecnista, técnico agrícola, administrador da fazenda ou alguém que seja envolvido com o agronegócio”, completa Barbra Lopes.

O impacto positivo do programa é sentido pelos produtores, como Maria Gorete Rios, que destacou a organização e os benefícios para o manejo e administração do gado em sua propriedade.

“Eu gostei muito do treinamento de OPR, pois organiza o rebanho e facilita o manejo do gado e já deixou os animais com os brincos, com numeração, o que facilita o manejo do gado. Para mim, é ótimo, porque a gente se organiza até na questão de administração mesmo, na hora de descarte do animal, a numeração ajuda demais. Eu gostei, os benefícios são bons, fiquei muito feliz em participar”, comentou a produtora rural e dona do “Rancho da Pedra”, localizado em Novo Repartimento, com 72 cabeças de gado. 

Fonte: Fonte: Agência Pará e Publicado Por: Jornal Folha do Progresso

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