Garimpo ou Cemitério Clandestino. Policia Federal Vai Investigar Garimpo de Valmir.

Valmir deixa garimpeiros soterrados por dois anos
Rodrigo, Julio Iglesia(Em vida) e o "Poço Um" após esbarrerar

A tragédia completa dois anos na noite deste dia 27 de setembro. A mãe de Julio Iglésia continua a luta na justiça, enquanto a mãe de Rodrigo morreu de depressão pelo sumiço do filho.


As mães e Julio Iglesia e de Rodrigo
Como resultado da reclamação trabalhista foi feita pelas famílias dos dois garimpeiros que foram soterrados quando trabalhavam para empresário Valmir Climaco, atual prefeito de Itaituba, as escavações foram feitas sob determinação judicial, desterraram os restos mortais (ossos) de um dos rapazes vítimas do soterramento, entretanto, por falta de perícia ninguém pode certificar de quem se trata.
O soterramento aconteceu por volta das 23h30 do dia 27 de setembro de 2009, quando os dois jovens trabalhavam no poço central do Garimpo Bom Jesus de propriedade do empresário e hoje prefeito de Itaituba Valmir Climaco de Aguiar, desabou, soterrando os jovens Julio Iglésia Pereira Leite, solteiro, natural de Itaituba e filho da senhora Delzuita Izabel Pereira Leite, e seu companheiro Rodrigo Chaves Camargo, residente em Novo Progresso, que estava no local sem ir à cidade há mais de seis meses. Rodrigo que faria 21 anos no dia 28 de outubro daquele ano, estava recém amasiado e objetivava ganhar dinheiro para comprar uma casa em Novo Progresso e viver com sua amada.
O Garimpo Bom Jesus, de propriedade do empresário Valmir Climaco, que há mais desde 2007 vinha se destacando na produção de ouro e já havia atraído milhares de garimpeiros de toda região.
O “Poço Um”, um dos que mais produziu, chegando a produzir até 12 kg de ouro por dia, já havia sido desativado por ter diminuído a produção, já estando com cerca de 50 metros de profundidade e com várias ramificações, galerias que saem em todas as direções de onde os garimpeiros retiram a rocha para a extração do metal.
Porém, uma equipe de seis homens voltou a explorar o “Poço Um, trocando turnos, uma equipe de três homens trabalhava durante o dia a outra durante a noite, eles trabalhavam à pelo menos 23 metros a baixo da superfície.
Por volta das 23:00h os trabalhadores saíram para se alimentar e um dos rapazes alegou que lá dentro estava caindo pequenas porções de terra das paredes do túnel, porém isso foi ignorado por todos que retornaram ao trabalho para poucos minutos depois acontecer o primeiro desmoronamento que soterrou os dois garimpeiros.
A queda da barreira fez um grande barulho e chamou a atenção de todos, promovendo um verdadeiro pânico. Todos de forma solidária, tentavam resgatar os soterrados. Alguns, em numa atitude heróica, desceram para resgatá-los, mas quando ao removerem o material que prendia a vítima, novos e maiores desmoronamentos aconteceram, simultaneamente, cobrindo totalmente o garimpeiro.
Com o fato sendo denunciado a nossa reportagem, nós estivemos no local da tragédia, onde de forma cuidadosa fotografamos o local e conversamos com vários garimpeiros que viveram aqueles momentos de horror. O medo de represária era notório entre os garimpeiros, alguns deles afirmavam que só falariam quando estivessem bem longe daquele lugar.
Avisada por sua sobrinha, a respeito do que acontecera com seu filho, a senhora Deuzuita veio às pressas de Manaus onde estava em visita a um parente, sendo interceptada ainda em Santarém por funcionários de Valmir Climaco que a trouxeram para Itaituba onde lhe foi prometido que tudo seria feito para que o corpo de seu filho fosse regatado. Mais apesar da promessa, Valmir nada fez para cumprir o que havia prometido a pobre senhora.
Com Valmir virando as costas para o caso, a mãe de Rodrigo Camargo, com quem conseguimos conversar em nossa passagem por Novo Progresso, caiu em depressão e após um ano da tragédia, veio a óbito.
Sem nada conseguir com Valmir Climaco, A senhora Delzuita Izabel buscou a justiça, árdua luta que tem travado a mais de ano contra a maldade de Valmir que se nega conceder o direito de duas mães enterrarem seus próprios filhos.
Da tragédia que completa dois anos na noite deste dia 27 de setembro, apenas poucos ossos foram achados de um corpo, que por falta de médico legista, ninguém sabe se pertencia a Rodrigo ou Julio Iglésia.
Fonte:  

Comentários