Ex de diretor da Friboi é condenada, mas não fica presa

São Paulo - Quase cinco anos depois do crime, Giselma Carmem Campos Magalhães foi condenada por júri popular por ter mandado matar o ex-marido, o diretor-executivo da Friboi Humberto Magalhães. A pena será de 22 anos e 6 meses de prisão por homicídio qualificado - motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima. Os familiares de Humberto que estavam no plenário se abraçaram durante a sentença nesta sexta-feira, 27.
O empresário foi executado com dois tiros por um motoqueiro perto de sua casa, no bairro Vila Leopoldina, no dia 4 de dezembro de 2008.
Mesmo condenada, Giselma não saiu presa do Fórum Criminal da Barra Funda. Um habeas corpus obtido no Supremo Tribunal Federal permite que ela permaneça livre até o último recurso. Já o seu meio-irmão, Kairon Vaufer Alves, réu-confesso por ter ajudado a irmã no planejamento do crime, foi condenado a 21 anos. A pena dele foi atenuada porque Kairon estava preso preventivamente desde o final de 2008 no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros.
O promotor José Carlos Cosenzo usou a confissão de Kairon como evidência da participação de Giselma no assassinato. O meio-irmão disse que ela o procurou no Maranhão, pedindo ajuda para matar o ex-marido, porque tinha muito ciúmes das mulheres com quem ele se envolvia e não aceitava que Humberto a abandonasse depois de 20 anos de casamento. Segundo o promotor, ela também teria motivos financeiros para matar o ex-marido.
Por sua vez, a defesa de Giselma insistiu na dúvida, que beneficiaria a ré, afirmando que não havia provas concretas da participação dela no crime. "Ela nunca confessou", afirmou o advogado Mauro Nacif. A advogada de Kairon, Vitória Gonçalves de Lacerda, ressaltou a postura arrependida de seu cliente e pediu atenuante da pena por esse motivo.
O julgamento durou quatro dias. Cinco testemunhas de acusação e duas de defesa foram ouvidas. O filho mais novo de Giselma e Humberto, Carlos Eduardo Campos Magalhães, depôs contra a mãe e disse não ter dúvidas de sua culpa. O filho mais velho, Marcus Vinícius Campos Magalhães, testemunhou a favor da mãe.
Crime
Giselma planejou a morte do ex-marido junto com seu irmão por parte de mãe, Kairon. Ele contratou dois homens para o crime. O motoqueiro Paulo dos Santos e o seu contratante Osmar Gonzaga Lima já foram julgados e condenados a 20 anos de prisão cada um. Giselma chegou a ficar presa por um ano e cinco meses antes de obter uma liminar do STF.

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