Jacareacanga - Mesmo contrariando o bom senso e o
espirito de solidariedade humana, entretanto em uma atitude dos
familiares dos passageiros do VOO DA AGONIA, de se intensificar buscas
incessantes de seus entes queridos, com a nítida intenção de provocar estímulos
naqueles que de dia e noite procuravam o avião da Jotan desaparecido, ocorreu a
ideia de se premiar quem informasse a localização exata do avião desaparecido,
principalmente porque muitas informações se acumulavam que uma pessoa teria
visto o avião cair, aqui, la, acola, e as despesas para essas investidas para
conferir essas informações quase sempre oneravam já as combalidas
finanças da empresa Jotan e familiares dos passageiros desaparecidos.
Em uma breve reunião no aeroporto algumas pessoas
resolveram estabelecer através de uma cotização um premio para quem oferecesse
com exatidão a informação sobre a localização, e cinco pessoas nessa conversa
resolveram estabelecer o valor, e entre essas pessoas que na verdade não
gostariam de ver seus nomes expostos, entretanto que revela-los se torna uma
atitude justa, alçaram o valor de 19 mil Reais, sendo um representante
dos familiares, representante da Empresa Jotan, a própria Coordenadora do DSEI
Cleidiane e os empresários Edvaldo e Avelar.
Nessa Roda Viva as incursões de busca por terra, água, e
ar continuaram, e todas se tornaram em vão, já que apesar da área onde se
encontraria no dia 22 o avião, ter tido a entrada de uma equipe pela vicinal
até a região de São Sebastião, a referida área nunca esteve contida na
zona previamente delimitada para a efetivação das buscas. Não era uma área
quente! A equipe composta de poucos voluntários que fez a entrada na vicinal
passaria a 400 metros de onde o avião esta caído com seus ocupantes no
seu interior.
Neste cenário, da Transamazônica Km 23 sentido
Jacareacanga Itaituba, 12 km vicinal a dentro, se estabelece em seu lote,
o cidadão Fausto, misto de lavrador e garimpeiro, que buscava terras
baixas em seu lote para fazer sua casa às proximidades de um córrego, ja que
seu casebre estava a beira da vicinal em um local montanhoso. ... e saindo de
sua casa para encontrar o local, perambulando mata á dentro eis que pelas
entranhas da floresta teve uma visão que deteve-se espantado, pois pareceu-lhe
em seu entendimento que aquela enormidade de coisas brancas engatadas nas
arvores mostravam-se semelhantes a roupas brancas de crianças estendidas ao
sol, e depois de alguns minutos prescrutando aquela visão deparou-se estático
com uma cena que até hoje crê que esteja sonhando... um avião enterrado só
com o rabo de fora (sic) e viu as letras que anotou em sua memoria P...R,
um traço um L, e o resto estava enterrado - Confessou. - Disse que ja sabia do
desaparecimento de um avião mas não acreditou que fosse aquele, e mesmo estado
a pouco menos de um km de sua casa ali na vicinal, não ouviu o avião voando ou
caindo por la, pois estava garimpando sozinho pras brenhas do São
Sebastião. Ato seguido disse que varou para a estrada Transamazônica, pegando
carona no carro dos colonos, e foi direto para informar aos familiares, só que
passou em uma casa e viu uns policiais militares que pediu orientação para que
o levassem a uma autoridade ou superior deles para oferecer uma informação, e
depois da chegada de um militar mais graduado disse que sabia onde estava
o avião, ao que de inicio não acreditaram pois esse tipo de informação se
vulgarizou, e ao informar parte do prefixo que viu, o conduziram naquele final
de tarde ao local, disse que os policiais fotografaram somente e tiraram os
pontos de coordenadas geográficas e retornaram pela noite chegando em
Jacareacanga ja perto das 11 horas. Perguntei-lhe se ao se deparar com o avião
viu em seu interior corpos, disse-me que não deu para se aproximar pois o
terreno era alagado e não muito fácil de se aproximar.
Contou Fausto, que no outro dia estando na
Permanência da Policia Civil registrando a informação, chegou-se até ele o
Senhor Edvaldo Primavera que ao se identificar como a pessoa que achou o avião
foi orientado a receber a recompensa devida o que ocorreu no mesmo dia (23)
com um deposito de 19.000,00 efetuado em sua conta corrente.
A primeira vez que travei conhecimento com o Fausto foi
quando me dirigindo de moto pela estrada Transamazônica no km 23, ao ver um
homem jogado no meio da rodovia contorcendo-se em dor vi que se tratava de um
homem que talvez tivesse sido atropelado e ao socorre-lo disse-me que estava
vindo de seu lote e andando pelos baixões uma cobra Jararaca o picou e
estava tentando socorro e sabia que sem forças para andar de tanta dor e seus
membros se prendendo alguém iria vê-lo jogado na estrada e iria ter que lhe
socorrer, e foi isso que aconteceu. O coloquei na moto na ocasião segurando um
pequeno saco que presumi conter materiais pessoais, se segurou em mim, gritando
de dor que pensei que não chegasse vivo ao hospital; quando cheguei me deu seus
pertences no saco, gritei pedindo socorro, e que foi logo atendido por um
medico, que indagou-lhe que cobra foi que picou o senhor? e ele disse: Acho
que foi jararaca, ta na socola na mão do seu Walter... Foram
buscar o saco com a cobra do outro lado do muro.
Conversei muito com Fausto que insiste que tudo
parece-lhe um sonho, e indagado o que fez com o dinheiro, disse que está
guardada no banco e ja está reformando sua pequena casa no Bairro de São
Francisco e que irá comprar equipamentos para fazer uma padaria... Eu to
ficando velho e na minha terra é uma região que tem muitas cobras, depois
daquela vez que o senhor me trouxe, que não foi a primeira vez
que cobra me ofendeu....eu já fui ofendido por outra e
quase morri!
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