Um aeroporto para chamar de seu

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Surpreendeu-me a “Folha de S. Paulo”, sempre abanada pelas plumas do tucanato nacional, vestir bermuda em Aécio Neves no caso do aeroporto que ele mandou construir em terreno de parentes seus, a soldo do erário, quando governador das Minas Gerais.
A notícia de que Aécio pagou R$ 14 milhões para fazer um aeroporto e pendurou a chave do cadeado que dá acesso à pista no passador da calça do tio, revela o mau hálito tucano de arrotar ética quando rega o bofe no mais atrasado patrimonialismo colonial.
Isso não deixa Aécio menor que seus adversários: apenas constata que ele não é maior que nenhum deles.
> Improbidade administrativa
O comitê presidencial de Dilma Rousseff entra hoje (22) com uma representação por improbidade administrativa no Ministério Público de Minas Gerais contra Aécio.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) publicou nota informando que “o processo de homologação do aeródromo, iniciado em julho de 2011, não está concluído por causa de pendências de documentos do governo de Minas”. Como Aécio já usou a pista várias vezes, e ela não está homologada, tanto ele quanto os pilotos da aeronave cometeram repetidas irregularidades, e cesteiro que faz um cesto faz um cento...
Como o cidadão brasileiro, cada vez mais cioso e vigilante, espera que os seus representantes sejam o arquétipo do bom comportamento, os tucanos deveriam trocar de candidato, pois esse já não mais reúne condições de arrotar o que não come.
> Diversionismo
Aécio trata a querela na base do tu-também-és: por conta da nota da Anac, acusou o comitê de Dilma de usar a estrutura da República para fazer política, dizendo, através do seu coordenador jurídico, que “a conduta da Anac é vedada pela lei eleitoral, que não permite o uso da estrutura do Estado contra quem quer que seja ou para beneficiar quem quer que seja". Ele deveria ter lembrado disso quando “usou a estrutura do estado” para beneficiar parentes.
Ainda, a fala é puro diversionismo: a Anac é o órgão competente para averiguar as irregularidades em tela e emitir a nota editada, já que o fato é de interesse público.
E não adianta tugir e nem mugir, pois como disse Aristóteles, “o nosso caráter é o resultado da nossa conduta”.
E por fim, só para eu tirar o derradeiro sarrafo, atentai ao que disse Confúcio: “Foge por um instante do homem irado, mas foge sempre do hipócrita

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