SERÁ QUE A FAMÍLIA CAMPOS DESISTIU DO BRASIL?
Viúva de Eduardo Campos grava
depoimento pedindo votos para o candidato do PSB ao governo do Estado, Paulo
Câmara, e para o postulante ao Senado pela legenda, Fernando Bezerra Coelho;
discurso de Renata Campos, porém, não tem sequer uma declaração em apoio a
Marina Silva, elevada à condição de candidata a presidente após a morte de
Campos; filho mais velho do ex-governador, João Campos, também subiu em
palanques, mas apenas por Paulo Câmara; sobre Renata, o PSB pernambucano
alega que o peso de sua imagem é concentrado no Estado, tendo pouca influência
na campanha nacional; será?
Pernambuco 247
- Os depoimentos da ex-primeira dama de
Pernambuco, Renata Campos, viúva do ex-governador e presidenciável Eduardo
Campos (PSB), falecido em um acidente aéreo no dia 13 de agosto em Santos (SP),
chamaram a atenção não apenas pelo conteúdo emocional e nem pelo fato de ter
pedido votos para o candidato do PSB ao governo do Estado, Paulo Câmara, ou
para o postulante ao Senado pela legenda, Fernando Bezerra Coelho. Renata
deixou uma lacuna ao não declarar apoio a Marina Silva, elevada à condição de
candidata a presidente após a morte de Campos.
Nos depoimentos gravados durante o
final de semana e levados ao ar nesta segunda-feira (22), Renata fala sobre a
dedicação de Campos à política e ao povo pernambucano, além de afirmar que
Paulo Câmara também um "líder" que foi identificado entre "os
quadros" formados pelo ex-governador. Ela também disse "confiar na
capacidade de Paulo".
Em discurso semelhante, ela também
pediu votos para o candidato ao Senado Fernando Bezerra Coelho e voltou a dizer
que confia no ex-ministro para ocupar a vaga na Casa Alta. Já sobre Marina
Silva, nem uma palavra. Esta tarefa coube à Paulo Câmara. Após o final da fala
da ex-primeira dama, o socialista apareceu em uma conversa com Marina para
apresentar seus projetos ao eleitor.
"Não existe nenhum tipo de
mal-estar. Renata tem um peso forte aqui em Pernambuco, mas em nível nacional
este peso é pequeno. Marina tem pouco tempo no guia eleitoral e a avaliação é
que colocar a Renata neste espaço não teria impacto algum", diz um
integrante da campanha do PSB em Pernambuco.
As especulações de que haveria um
mal-estar entre Renata e a direção do PSB ganharam corpo com o que seria uma
tentativa de jogar para Campos a responsabilidade da tragédia ocorrida em
Santos, que vitimou o próprio candidato e outras seis pessoas, além de provocar
danos materiais em diversas residências. Nos dias que se seguiram à tragédia,
Renata mobilizou o PSB em torno da defesa da candidatura de Marina e cobrou
apoio e engajamento dos aliados em torno da candidatura de Paulo Câmara.
"Isso não existe. Renata e Marina se dão muito
bem. Ela também fala muito com a direção nacional. Ela não entrou no guia da
Marina porque a coordenação não pediu. Ela é importante para Pernambuco, pelo
que ela representa para o Estado, para o próprio Eduardo Campos. Em nível
nacional, ela não tem lastro capaz de mobilizar o eleitor como se vê por
aqui", diz um outro interlocutor da campanha socialista.
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