No Brasil, organização estima 1,5 milhão de casos
da doença, que já atinge 23 países. Reunião de emergência foi convocada para a
próxima segunda
O Globo - RIO - A Organização
Mundial da Saúde (OMS) informou que o vírus zika se propaga de “forma
explosiva” e que o nível de preocupação é extremamente alto. A OMS ressaltou
que a epidemia deve se espalhar pelas Américas, com exceção de Chile e Canadá,
e que a China e outros países com casos de dengue devem ficar alertas a
possíveis infecções por zika. Durante reunião do comitê executivo da entidade,
realizado na manhã desta quinta-feira em Genebra, na Suíça, sua diretora-geral,
Margaret Chan, defendeu a troca de informações sobre o surto da doença, que já
atinge 23 países. Ela também disse que há muitas incertezas sobre a zika.
— Queremos superar a lacuna científica sobre o vírus zika. Compartilhar
informação será crucial — afirmou Chan.
Diante da gravidade da situação, uma reunião de emergência foi convocada
para a próxima segunda-feira, em Genebra, para discutir a propagação do vírus.
Especialistas vão decidir se a epidemia constitui “uma urgência de saúde
pública de nível internacional”. O alerta foi publicado nos principais jornais
do mundo nesta quinta-feira.
A OMS teme uma “associação provável da infecção com má formação
congênita e síndromes neurológicas”, mas também “pela falta de imunidade entre
a população nas regiões infectadas” e a “falta de vacinas, tratamentos
específicos e testes de diagnóstico rápidos”.
Margaret Chan lembrou ainda que eventos climáticos alimentados pelo El
Niño, que levam chuva e calor a áreas mais extensas, devem contribuir ainda
mais para a o avanço da doença. Ela ressaltou que os maiores especialistas do
mundo estão trabalhando juntos para confirmar a possível ligação do vírus com
os casos de microcefalia.
— O nível de alarme é extremamente elevado. A chegada do vírus, em
alguns casos, tem sido associada com um aumento acentuado no nascimento de
bebês com anomalias cranianas — afirmou a diretora-geral da OMS.
A propagação da zika fez com que governos de todo mundo aconselhassem
mulheres grávidas a procurarem regiões que ainda não tenham sido infestadas
pelo vírus. O diretor-geral adjunto da OMS, Bruce Aylward, por outro lado,
disse à imprensa que é importante que os países-membro da entidade não adotem
medidas inapropriadas em relação a restrições de viagens e comércio.
— Essa é uma consideração importante da diretora-geral em convocar (o
encontro) para garantir que não haja medidas inapropriadas tomadas por
estados-membros em termos de viagens ou comércio. Essa é uma grande
consideração da diretora-geral — afirmou.
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