Nova etapa da Lava Jato colocou o
nome de Armando Tripodi, ex-chefe de gabinete do ex-presidente da Petrobras
Sérgio Gabrielli, na alça de mira das investigações; ele é suspeito de ter
orientado o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa a
repassar R$ 10 milhões para o então presidente nacional do PSDB, senador Sérgio
Guerra (PE), falecido em 2014, para evitar que a CPI da Petrobras, instalada em
2009, avançasse; Costa já havia admitido que os valores teriam sido empregados
em campanhas eleitorais do PSDB
24 DE
FEVEREIRO DE 2016 ÀS 08:29
Pernambuco 247
- A Operação Acarajé, como foi batizada
a ação da Polícia Federal na 23ª fase da Lava Jato colocou o nome de Armando
Tripodi, ex-chefe de gabinete do ex-presidente da Petrobras José Sérgio
Gabrielli, na alça de mira. Ele é suspeito de ter orientado o ex-diretor de
Abastecimento da Estatal Paulo Roberto Costa a repassar R$ 10 milhões em
recursos desviados da companhia pra o então presidente nacional do PSDB,
senador Sérgio Guerra (PE), falecido em 2014.
O nome de Tripodi já havia aparecido
no depoimento de delação premiada de Paulo Roberto que admitiu os repasses e
que, segundo ele, teriam sido empregados em campanhas eleitorais do PSDB. Os
recursos a Guerra teriam sido repassados para evitar que a CPI da Petrobras,
instalada em 2009, avançasse.
Segundo a Polícia Federal, existem
fortes indícios da relação entre Trípodi e o lobista Zwi Skornicki, apontado
como operador de propinas do esquema investigado pela Operação Acarajé, que tem
como alvo central o marqueteiro João Santana e sua mulher, Monica Regina Moura.
Santana, que foi marqueteiro das três últimas campanhas presidenciais do PT foi
preso nesta terça-feira (23). Skornicki também foi preso pela Polícia
Federal.
A ligação entre Trípodi e Scornicki,
bem como a suspeita de repasses para o PSDB, já havia sido levantada pela
delação de Paulo Roberto Costa. Segundo ele, o então presidente do PSDB o teria
procurado exigindo R$ 10 milhões para evitar que uma CPI investigasse
irregularidades nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A refinaria
pernambucana era uma das sete obras suspeitas da estatal que justificaram o
pedido de uma abertura de CPI naquele ano.
Guerra teria sugerido a Paulo Roberto
que procurasse Trípodi para "uma conversa". Ainda segundo o delator,
o parlamentar teria dito que o dinheiro seria usado para irrigar campanhas
eleitorais do PSDB. Em 2010, Guerra foi o coordenador oficial da campanha
presidencial do tucano José Serra.
Na época em que o caso veio à tona,
tanto o PSDB como Trípodi negaram o envolvimento nos repasses para o senador
Sérgio Guerra.
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