Uma operação deflagrada no
início da manhã desta quinta-feira (30) pela Polícia Federal (PF) deflagrou uma
associação criminosa especializada em desmatamento ilegal e grilagem de terras
públicas federais no Estado do Pará, com a finalidade desenvolvimento de
atividade econômica agropecuária, após arredamento das terras usurpadas.
No
Pará, a operação “Rios Voadores”, conjunta com o Ministério Público Federal,
Receita Federal do Brasil (RFB) e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA) foi realizada no Distrito de Castelo dos Sonhos, no
município de Altamira, sudeste paraense e em Novo Progresso, sudoeste paraense.
A mesma operação também aconteceu em São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso e
Mato Grosso do Sul.
TESTAS-DE-FERRO
Os
principais investigados e beneficiados com a prática criminosa eram protegidos
por membros da organização que serviam como “ testas-de-ferro”, pessoas de
confiança que assumiam a propriedade da terra grilada por seus “patrões”,
preservando o nome dos reais autores da conduta.
DELITOS AMBIENTAIS
Segundo
laudo pericial da Polícia Federal, de apenas um dos delitos ambientais
investigados foram desmatados 9.013,07 hectares, o equivalente a 8.346 campos
de futebol, no período de Junho de 2013 até Novembro de 2015. Sendo que os
prejuízos ambientais relacionados à exploração seletiva ilegal de madeira,
conversão do uso do solo ilegal e custo de restauração ambiental ficaram
orçados em, pelo menos, R$ 162.869.772,50 (cento e sessenta e dois milhões,
oitocentos e sessenta e nove mil, setecentos e setenta e dois reais e
cinquenta e dois).
Após
investigação, foi comprovado que o principal envolvido desmatou, entre os anos
de 2012 e 2014, mais de 29.000 hectares, sendo multado pelo IBAMA em R$
119.885.027,00.
INVESTIGAÇÃO
No
decorrer de quase dois anos de investigação foi apurado que a organização
criminosa é composta por uma rede de pessoas, estruturalmente ordenada e
caracterizada pela divisão de tarefas que objetivam vantagem econômica.
Ao
final da operação foram expedidos pela Justiça Federal de Altamira, 51 medidas
judiciais restritivas de direito, sendo 24 prisões preventivas, 9 conduções
coercitivas e 18 mandados de busca e apreensão.
(DOL)
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