Constante tráfego de carretas na região coloca em perigo vida das
pessoas
Esta semana, a equipe do
jornal O Impacto esteve em contato com Antônio Santana e Regina Lucirene,
integrantes do Movimento em Defesa do Tapajós, que viajaram na segunda-feira,
(15), para Itaituba, onde moram, com objetivo em participar da Segunda Caravana
de Resistência em Defesa do Rio Tapajós. “Vamos mostrar para a sociedade e para
a comunidade que o Tapajós é nossa principal fonte de vida”, citou Santana.
Em
sua passagem por Santarém, a dupla de ativistas reconheceu que a paralisação
das obras da usina São Luiz do Tapajós, “é uma vitória provisória, não temos
garantia se amanhã ou depois tudo vai ser desarquivado e nosso temor comece
outra vez”, ressalvou Antônio Santana.
PORTO
DE MIRITITUBA: Um dos cenários que causa todo esse temor a quem vive na região
e seus defensores, é o fato de “quem chega na região em busca de recursos, nem
sempre está preocupado em preservar o meio ambiente, e essa verdadeira história
nós temos que passar para a população de Itaituba e todos que estiverem
presentes nesse importante evento”, lembra Regina Lucirene.
O
Porto de Miritituba, que depois de concluído pontificava como importante
referencial de progresso e desenvolvimento, teve seu objetivo invertido na
região, de forma radical: “Já existe a prostituição, em Itaituba todos os dias
temos assaltos e mortes, tudo isso por causa somente dos boatos de que vai
haver a Hidrelétrica São Luiz do Tapajós. Quem chega em Miritituba encontra
número significativo de jovens na prostituição, vemos muita droga circulando,
assaltos e mais assaltos, então, ficou muito perigoso. Infelizmente Miritituba
virou um verdadeiro paraíso de drogas e prostituição”, alertou Regina Lucirene.
Para
se ter uma idéia, hoje Miritituba possui quatro bairros, um crescimento
desordenado que trouxe junto a preocupação que atravessa o rio Tapajós,
atormentando e tirando o sono de quem mora em frente, no município de Itaituba.
Lucirene citou ao jornal O Impacto, a preocupação pelo tráfego intenso de
carretas, principalmente em Miritituba. “O governo Federal e municipal devem
atentar para esta importante questão, porque os acidentes estão acontecendo,
quando matam, não apenas uma, mas várias pessoas. A velocidade dos carros é
muito grande, principalmente das carretas. Elas passam por cima de qualquer um
que tiver a infelicidade de estar na frente”, reclamou Regina Lucirene.
“A
princípio prometeram que iriam fazer um desvio pela Rodovia para o tráfego de
carretas, para poder chegar direto aos portos, mas não é nada disso, as carretas
entram pela Vila de Miritituba. Teve até caso de um adolescente que morreu
esmagado por uma carreta. Miritituba está abandonada, não existe saneamento,
não tem asfalto, só uma poeirada”, advertiu Antônio Santana.
E
por que um Porto em Miritituba? “O objetivo é ganhar dinheiro, não existe
preocupação com a população”, lamentou Santana.
De
acordo com Regina Lucirene, as denúncias através do jornal O Impacto estão
sendo feitas; “para que a sociedade não apenas itaitubense, mas a sociedade
paraense e principalmente os políticos vejam essa questão com mais carinho,
porque nós que moramos em Itaituba, estamos observando as mudanças negativas
que estão acontecendo naquele local, além do aumento das mortes”.
GRANDES
EMPRESAS EXPLORAM O TAPAJÓS: Antônio Santana é um dos que fazem coro de alerta
contra exploração do grande rio da região, o Tapajós e por consequência a
região onde está geograficamente instalado. “Não apenas as grandes empresas,
como também as pequenas instaladas ao longo do rio Tapajós, também contribuem
para sua degradação, trazendo grandes impactos negativos”, disse ele.
A
empresa Bunge, entre tantas, figura também como uma das vilãs do rio Tapajós.
“Essa empresa foi criada no município de Itaituba, para atender aos portos que
estão se instalando e acabando também com a Orla da cidade, na área do rio
Tapajós. A Bunge é uma multinacional igual a Cargill, que foi criada
simplesmente para depredar o que é nosso”, disse Antônio Santana.
CARAVANA
EM FAVOR DO RIO TAPAJÓS: A dupla que faz parte do Movimento Ambiental, destacou
que esta Segunda Caravana, realizada em Itaituba, “é fruto de um trabalho
árduo, que está sendo organizada com objetivo de fazer grande parte da
população itaitubense participar, para ter um conhecimento mais adequado e será
realizada nos dias 26, 27 e 28 de agosto”, disse Lucirene.
Por:
Carlos Cruz
Fonte: RG 15/O
Impacto
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