O presidente da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou atrás e decidiu pautar novamente,
para a próxima segunda-feira, o projeto que flexibiliza as regras do
programa de repatriação de recursos enviados ilegalmente ao exterior. Segundo o
relator da proposta, deputado Alexandre Baldy (PTN-GO), a votação foi acertada
durante café da manhã de Maia com líderes da base aliada na manhã desta quarta-
na residência oficial da presidência da Câmara.
afirmou que, por enquanto,
o projeto será pautado, mesmo sem acordo com o PT e governadores sobre a
parcela da multa cobrada pela repatriação a que Estados e municípios terão
direito. PT e governadores querem receber parte da multa, quando a receita com
ela ultrapassar 15 bilhões de reais. O governo federal, porém, só aceita
partilhar quando a arrecadação com a multa superar 25 bilhões de reais. Pelas
regras em vigor, governadores e prefeitos só têm direito a parte do Imposto de
Renda arrecadado com a repatriação.
Essa foi a segunda vez que
o presidente da Câmara recuou sobre o projeto da repatriação. Na última
segunda-feira, Maia tinha anunciado que não pautaria mais o projeto porque não houve
acordo com PT e governadores sobre a divisão da receita com
multa. Na semana anterior, o deputado do DEM também chegou a anunciar que engavetaria o
projeto, mas voltou atrás depois. Ligado ao mercado financeiro, Maia
é o principal fiador do projeto que altera as regras da repatriação na Câmara.
Caso o presidente da
Câmara não recue novamente, o projeto irá a votação na segunda-feira, véspera
do dia marcado para a votação, no plenário da Casa, em segundo turno, da
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria um teto para os gastos
públicos da União por vinte anos. Sem acordo com PT, Maia quer aproveitar
o quórum da votação da PEC para tentar aprovar a flexibilização nas regras do
programa.
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