O
presidente do Senado aposta para o CNJ no nome da advogada Ana Luísa Marcondes,
que trabalhou como sua assessora na Casa
Em confronto com o
Judiciário e alvo da Operação Lava Jato, o presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), tenta emplacar dois nomes no Conselho Nacional de Justiça
(CNJ), órgão responsável por fiscalizar a atuação de juízes de todo o país.
O Congresso tem direito a indicar dois integrantes do
conselho, um representando a Câmara e outro o Senado. Renan tem influência em
nomes que disputam as duas vagas.
Na Câmara, o nome preferido do peemedebista é a
advogada Ana Luísa Marcondes, que trabalhou como sua assessora na presidência
do Senado e na liderança do PMDB. Atualmente ela atua na Corregedoria Nacional
do Ministério Público (CNMP), órgão comandado pelo procurador-geral da República,
Rodrigo Janot.
Nesta semana, Renan chegou a atuar para adiar a
votação no plenário ao saber que nomes indicados pelo ex-presidente da Câmara
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Lava Jato, ganharam força. Além de Ana Luísa,
concorrem à vaga Felipe Cascaes, que já advogou para Cunha em alguns casos e
hoje é subchefe adjunto para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência, e
o assessor técnico da Câmara Lucas de Castro Rivas, que auxiliou a atuação da
tropa de choque que defendeu Cunha durante o processo de cassação.
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Cascaes é hoje o favorito, por contar com o apoio do
Planalto. O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, está conversando com
deputados para tentar emplacar o nome do aliado.
No Senado, os nomes indicados podem ser levados à
votação no plenário a qualquer momento. O preferido de Renan na disputa é
Henrique de Almeida Ávila, que tem o apoio do ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Gilmar Mendes. Ávila é sócio de um escritório de advocacia onde
atua a mulher do ministro, Guiomar.
O outro candidato à vaga do CNJ pelo Senado é Octavio
Augusto da Silva Orzari, que é advogado concursado pela Casa e trabalhou com o
ex-presidente do STF Ricardo Lewandowski no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Auxiliares de Renan negam que ele tenha preferência ou
esteja fazendo lobby para emplacar nomes de sua confiança no CNJ. Até maio, a
vaga do Senado no conselho pertencia a um apadrinhado do peemedebista, o
ex-ministro da Transparência Fabiano Silveira. Ele teve de deixar o cargo após
ser flagrado em uma gravação feita pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio
Machado, na qual aparecia conversando com Renan e fazendo críticas à condução
da Lava Jato.
Ana Luísa negou que Renan esteja fazendo campanha pelo
seu nome, mas admitiu que tem o “apoio pontual” do presidente do Senado. Os
demais candidatos às vagas do CNJ não se pronunciaram.
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