O
secretário de Governo de Campos e ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony
Garotinho, foi preso por volta das 10h30 da manhã desta quarta-feira (16), em
seu apartamento no Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro por agentes da Polícia
Federal de Campos dos Goytacazes.
O
motivo é o desdobramento da Operação Chequinho, que investiga suposto esquema
de crime eleitoral de compra de votos nas eleições municipais de outubro de
2016 em Campos. A operação tem oito mandados de prisão temporária, outros oito
busca e apreensão e um de condução coercitiva. Ainda não há maiores informações
sobre a prisão do ex-governador, que teria saído de casa sem algemas.
O
mandado foi expedido pelo juiz Glaucenir Silva de Oliveira, da 100º Zona
Eleitoral de Campos. Segundo informações da Polícia Federal, o ex-governador do
Rio de Janeiro foi preso em seu apartamento na Senador Vergueiro, no bairro do
Flamengo, levado para a sede da Polícia Federal, na Zona Portuária, e deve,
posteriormente, ser levado para Campos. No dia 9 de novembro, um pedido de
habeas corpus de Garotinho havia sido negado pelo juiz Glaucenir.
A
defesa de Garotinho afirmou que a prisão preventiva é ilegal. Anthony Garotinho
foi governador do estado do Rio de 1998 a 2002, quando concorreu à presidência,
sendo derrotado pelo ex-presidente Lula. Sua mulher, Rosinha Garotinho, foi
eleita governadora do estado e ele foi secretário de segurança de seu governo.
Neste período, uma série de denúncias de crimes eleitorais e comuns recaíram
sobre o casal.
Operação Chequinho investiga esquema de compra de votos
A Operação "Chequinho" da Polícia Federal
investiga um suposto esquema de compra de votos em troca do benefício nas
eleições deste ano em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, em que seriam
comprados votos em troca do benefício do programa Cheque Cidadão.
Em
setembro, a PF prendeu a secretária municipal de Desenvolvimento Humano e
Social e a coordenadora do Programa Cheque Cidadão em Campos dos Goytacazes.
Segundo as investigações, também foram presos eleitores, que tinham ligação com
um vereador que foi detido no último dia 29 de agosto suspeito de aliciamento
de eleitores para a compra de votos.
No
dia 19 de outubro, dois vereadores foram presos em Campos. Miguel Ribeiro
Machado, o Miguelito, de 51 anos, Ozéias Martins, de 47, foram presos em casa
por suspeita de utilizar o programa Cheque Cidadão para a compra de votos. Ele
foi levado para o Presídio Carlos Tinoco da Fonseca até o dia 26 de outubro,
quando foi liberado, após cumprir a prisão temporária. O vereador Ozéias
Martins foi liberado no dia 29 de outubro.
No
dia 26 de outubro, o vereador Kellenson "Kellinho" Ayres Figueiredo
de Souza (PR), de 55 anos, foi preso em uma nova fase da operação de combate a
crimes eleitorais. Na ocasião, também foram presos chefes de postos de saúde na
cidade. Kellinho conseguiu uma liminar do Tribunal Superior Eleitoral e foi
solto do Presídio Carlos Tinoco da Fonseca no dia 4 de novembro.
Além
disso, Gisele Kock, coordenadora do Cheque Cidadão na cidade, também está entre
as que tiveram a prisão preventiva cumprida no dia 26 de outubro. Ela deixou
presídio feminino Nilza da Silva Santos no início da tarde de 3 de novembro
após conseguir habeas corpus. No dia 29, a Polícia Federal prendeu Thiago
Virgílio (PTC), vereador de Campos. O parlamentar foi preso em casa e levado
para a sede da PF em Campos. Segundo a Polícia Federal, ele é suspeito de
envolvimento com o esquema de compra de votos nas Eleições 2016 e vinha sendo
investigado na Operação Chequinho.
Thiago
foi solto do Presídio Carlos Tinoco da Fonseca no dia 3 de outubro, após o
término da prisão preventiva. O parlamentar havia sido afastado pela Justiça
Eleitoral das atividades na Câmara e ficou proibido de acessar e frequentar as
dependências da Casa e da Prefeitura, e de manter contato com os beneficiários
do Cheque Cidadão e com testemunhas do processo. No dia 31 de outubro, a
vereadora eleita Linda Mara (PTC) e a ex-secretária municipal de
Desenvolvimento Humano e Social, Ana Alice Ribeiro Lopes Alvarenga, foram
presas pela Polícia Federal em um hotel de Copacana, Zona Sul do Rio de
Janeiro.
Uma
terceira mulher, que é radialista de Campos, também foi presa. Linda Mara foi
liberada após cumprir cinco dias de prisão temporária no Presídio Feminino Nilza
da Silva Santos. Ana Alice deixou o presídio após conseguir habeas corpus no
dia 3 de outubro. As três estavam foragidas por suspeita de envolvimento na
Operação Chequinho, que investiga um esquema de compra de votos em troca do
benefício nas eleições deste ano
Fonte: G1
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