O
governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), deu de ombros para a repercussão
negativa causada há cerca de 1 mês, quando o Diário Oficial do Estado (DOE)
revelou que um dos órgãos chave do Governo, a Casa Civil, iria torrar quase R$
12 mil apenas com refrigerantes. Na edição de ontem do DOE, o chefe da Casa
Civil, José Megale, informou a homologação do pregão eletrônico, anunciando a
Brasil Alimentos Comércio e Serviços LTDA como a empresa vencedora do certame.
Megale, ex-deputado estadual pelo
mesmo partido de Jatene, autorizou a nota de empenho no valor de R$ 11.646,72,
verba que sairá dos cofres públicos, sem que o contribuinte tenha autorizado a
gastança com produtos supérfluos. Enquanto isso, vários municípios do interior
do Estado estão arrasados financeiramente e com muitos moradores sobrevivendo
em situação de miséria extrema. Os quase R$ 12 mil que Jatene vai gastar com a
compra de latinhas de refrigerantes daria, tranquilamente, para comprar e
distribuir quase 30 cestas básicas, ao custo de R$ 420 cada. Pode parecer
pouco, mas chegaria em bom momento à população carente do Pará.
HAJA SEDE!
O edital descreve a quantidade exata de
latas de refrigerantes que serão consumidas pelos servidores e comissionados
lotados na Casa Civil do Governo do Estado. O absurdo começa pela distinção do
produto, para atender a todos os públicos - os que tomam o tradicional
refrigerante comum e os que só ingerem os chamados diets. A Casa Civil estimou
o consumo de 2.304 latinhas de refrigerantes comuns, o que totaliza um valor
estimado em R$ 5.250.
Outras 2.160 latas são para os funcionários
de Jatene que preferem consumir refrigerante diet. Cada unidade, segundo o
edital, custará R$ 4. O gasto total, só com esse tipo de produto, é de R$
8.640. Um detalhe importante: a lata de uma Coca-Cola Zero, marca mais famosa desse
tipo de refrigerante, custa R$ 2,24 nos supermercados de Belém, quase metade do
valor pago por Jatene.
(Diário do Pará)
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