Belém registra a primeira morte de macaco por febre amarela

Macaco foi encontrado na área do Utinga.
Sespa vacina população da área e borrifa inseticida para combater mosquito.
Belém registrou a primeira morte de macaco por febre amarela. A confirmação foi feita pelo Instituto Evandro Chagas. Neste sábado (25), equipes da Secretaria de Saúde fizeram vacinação em moradores do bairro Curió Utinga, onde o animal foi encontrado
Equipes de vacinação e de borrifação atuam nas áreas próximas ao Parque Utinga. Ao todo, cerca de 50 pessoas estão envolvidas nessa fase, buscando imunizar trabalhadores e moradores de áreas próximas, além de borrifar residências para garantir a eliminação de focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como a dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
Segundo o diretor do Departamento de Controle de Endemias da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Bernardo Cardoso, o trabalho é preventivo e necessário, mas não é motivo para alarmar a população. “Vale lembrar que ainda não temos nenhum caso de humano notificado com febre amarela neste ano. E para continuarmos com esse cenário, é preciso intensificar ações de prevenção como as que estamos tomando e que é feita sempre, especialmente quando temos casos em primatas não-humanos”, explicou.
A vacina
As vacinas não são recomendadas para grávidas, crianças com menos de seis meses, alérgicos a ovos e pessoas que vivem em áreas sem registro do vírus. Nos casos de pessoas com mais de 60 anos e pacientes com imunodeficiência, a administração da vacina deve ser condicionada à avaliação médica.
Uma dose é válida por dez anos e bastam duas doses ao longo da vida para que não se tenha qualquer risco de contaminação com a doença. “Como temos muitas comunidades no entorno do Parque, estamos intensificando a ação em regime de plantão, além de estarmos com estoque de vacina nos postos, que as pessoas podem procurar, sem preocupação”, afirmou Bernardo Cardoso.
Os efeitos da febre amarela sobre o corpo incluem febre, calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Tão logo surgindo esses sintomas, a Sespa recomenda que a pessoa procure especialista médico na unidade de saúde mais próxima e informar sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas.
No Pará, nos últimos dez anos, foram notificados oito casos de febre amarela. Somente no ano passado, 71.195 pessoas foram vacinadas no Pará contra a doença. Em 2015, foram imunizadas 80.230 pessoas.
Morte de macaco em Rurópolis
A Sespa informou em entrevista coletiva, concedida na tarde da última quarta-feira (22), que um Plano de Contingência na região Oeste do Pará também está em andamento após a confirmação da morte de um macaco por febre amarela em Rurópolis. No entanto, nenhum caso em humanos foi registrado.
A investigação foi iniciada por meio de uma ação conjunta entre a Diretoria de Vigilância em Saúde do Estado, o Centro Nacional de Primatas do Instituto Evandro Chagas e as Secretarias de Saúde dos municípios de Rurópolis e Itaituba, onde também há relatos de ocorrências similares.
O Plano de Contingência posto em prática pela Sespa para combater a doença conta com a intensificação da vacinação nas zonas rurais e áreas de mata; verificação de possíveis casos envolvendo outros animais; levantamento do histórico e bloqueio vacinal dos moradores de áreas próximas e a busca ativa de casos humanos suspeitos de febre amarela; intensificação da vigilância de casos humanos de sintomalogia compatível com febre amarela; sensibilização dos profissionais para a importância da notificação imediata de qualquer evento suspeito; montagem de plataforma na copa das árvores para captura do mosquito e realização de visitas nas residências, entre outras medidas. O mesmo trabalho já é rotina em todo o Estado.
Serviço
A Sespa criou a Sala de Situação, instalada na travessa Padre Eutíquio, no setor de Vigilância em Saúde, para esclarecimentos de dúvidas da população e gerenciamento das ações de intensificação de combate ao mosquito da dengue. O contato é 4006-4857.
Fonte: G1 PA.

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