Executivo da JBS detalha propina para PMDB e PT no Pará

Delator diz que JBS pagou R$ 35 milhões em propina para comprar apoio de senadores do PA

Ricardo Saud, da empresa J&F, detalha pagamentos para senadores do Pará, diretórios de partido, escritórios de advocacia e consultoria.
O executivo Ricardo Saud, um dos diretores da empresa J&F, que é controladora do frigorífico JBS, disse que a empresa pagou R$ 35 milhões em propina para comprar o apoio de senadores do PMDB para a eleição de Dilma Roussef em 2014. Entre os citados está o senador Jader Barbalho, do PMDB do Pará (veja vídeo acima).
Em um trecho da delação, Saud detalha como foi a distribuição dos valores, e alega que parte do dinheiro da propina bancou a campanha de Helder Barbalho para o governo do Pará. O filho do senador Jader Barbalho concorreu ao cargo em 2014, quando foi derrotado nas urnas por Simão Jatene, do PSDB: no segundo turno o tucano teve 51,92% dos votos válidos, contra 48,08% do PMDBista.
Em nota, Jader disse que jamais pediu ou autorizou qualquer partido ou pessoa a pedir dinheiro para decidir voto dele, e desafiou o dono da JBS a provar que recebeu dinheiro do empresário, de forma oficial ou não. O diretório estadual do partido não comentou o caso.
O ex-senador Luiz Otávio Campos também foi citado nas delações. Ele informou para a produção da TV Liberal, por telefone, que nunca recebeu pagamentos da empresa.
Delação cita propina para PT, escritório de advocacia e consultoria
Em outro trecho, o executivo Ricardo Saud relata o pagamento de propina para os diretório estadual do Partido dos Trabalhadores no segundo turno da eleição 2014. O PT foi procurado pela reportagem, mas ainda não se posicionou sobre a denúncia.

O escritório de advocacia Bentes e Bentes, também citado como favorecido no esquema de propina, informou que não irá se posicionar sobre o assunto. A produção não conseguiu contato com a CB Consultora Empresarial, citada nas delações.

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