Ex-presidente
é investigado por suposto tráfico de influência na Zelotes
O Ministério Público
Federal (MPF) pediu o bloqueio de R$ 23,9 milhões do ex-presidente Lula e do
seu filho caçula, Luis Cláudio, no âmbito da operação Zelotes. Na ação o
ex-presidente é investigado por suposto tráfico de influência.
No pedido direcionado à
10ª Vara Federal de Brasília os investigadores solicitam o bloqueio de R$ 21,4
milhões de Lula e R$ 2,5 do seu filho. O juiz responsável pelo caso, Vallisney
Oliveira, mandou, em 6 de novembro, que ambos fossem intimados para se manifestar
sobre o pedido de bloqueio.
O MPF também pediu que o
bloqueio de R$ 22,1 milhões do casal Mauro Marcondes e Cristina Mautoni, que
foram denunciados no ano passado na Zelotes. Eles foram acusados de
envolvimento em negociações irregulares que levaram à compra de 36 caças do
modelo Gripen pelo governo do Brasil e também por envolvimento na negociação da
prorrogação de uma Medida Provisória 627 que beneficiou montadoras. O juiz
Vallisney Oliveira também solicitou que o casal se manifestasse sobre o pedido
de bloqueio de bens.
No pedido, o MPF alega que
a empresa Marcondes & Mautoni recebeu entre 2011 a 2015 cerca de R$ 8,4
milhões da montadora MMC, R$ 8,4 da CAOA e 744 mil euros da empresa SAAB,
responsável pela fabricação do modelo de caças Gripen, "totalizando R$
19,6 milhões como proveito dos crimes de tráfico de influência".
Afirma ainda que o casal
repassou, "por esquema de lavagem de dinheiro, entre junho de 2014 e março
de 2015" R$ 2,5 milhões a Luís Cláudio Lula da Silva por meio de transferências
bancárias da empresa deles à LFT Marketing Esportivo, companhia do filho do
ex-presidente que organizava um campeonato de futebol americano no Brasil.
No pedido, os procuradores
alegam que que Lula "é o responsável pelo retorno financeiro que a Marcondes
& Mautoni" obteve da MMC, CAOA e SAAB e também pelos R$ 2,5 milhões
pagos ao seu filho.
A defesa do ex-presidente
Lula disse, por meio de nota, que não há "qualquer base jurídica e
materialidade o pedido de bloqueio de bens formulado pelo Ministério Público
Federal contra o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu filho Luis
Claudio Lula da Silva".
A defesa disse ainda que
"não há no pedido apresentado pelo MPF indicação de provas a respeito das
afirmações ali contidas, que partem de certezas delirantes sobre a 'influência'
de Lula na compra de caças pelo País e na ausência de veto em relação a um dos
artigos de uma medida provisória (MP 627/2013)".
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