CEO do Facebook terá de dar esclarecimento sobre o
vazamento de dados dos usuários e do uso dessas informações para manipular a
opinião pública
O CEO e fundador do
Facebook, Mark Zuckerberg, foi convocado pelo Parlamento britânico para
esclarecer o vazamento de dados de 50 milhões de usuários da rede social.
Zuckerberg terá que
explicar como os dados dos usuários são obtidos pelas empresas e como ocorreu a
obtenção dessas informações sem autorização.
O presidente da comissão
parlamentar de cultura, mídia e esportes, Damian Collins, publicou no Twitter a
carta enviada a Zuckerberg. Collins ressalta que o assunto “é de extremo
interesse público”.
O ex-gerente de operações
da empresa Sandy Parakilas também será ouvido pela comissão. Segundo Parakilas,
a rede social não teria nenhum controle sobre as informações que terceiros
acessam.
No sábado (17) o jornal
norte-americano New York Times e o britânico The Guardian publicaram uma reportagem expondo
o uso da rede social para roubar informações privadas e influenciar a opinião
pública.
A Cambridge Analytica era
a responsável pelo esquema e atuou na campanha do presidente Donald Trump e no
plebiscito do Brexit. A consultoria usou o aplicativo chamado
thisisyourdigitallife para obter os dados pessoais de usuários do Facebook.
Robert Mercer, um
bilionário norte-americano próximo do partido republicando, e Steven Bannon, o
estrategista da campanha presidencial de Trump, teriam ligações com essa
empresa.
Cerca de 270 mil pessoas
aceitaram os termos e possibilitaram a coleta de informações de mais de 50
milhões de usuários. O Facebook diz ter sido informado que os dados seriam
usados em um estudo de uma universidade.
Em resposta, a Cambridge
Analytica foi expulsa da plataforma por violação dos termos de uso. Também foi
contratada uma auditoria para investigar o caso
Desdobramento do escândalo
O
Chanel 4, da TV britânica, conseguiu filmar com uma câmera escondida
o diretor-executivo da consultoria, Alexander Nix, oferecendo o serviço de influenciar eleições.
Além de explicar os métodos utilizados, Nix deu exemplos de resultados
bem-sucedidos. Entres os casos apresentados estava as eleições de 2003 e 2017
no Quênia, as duas vencidas pelo presidente Uhuru Kenyatta
Após a publicação do
conteúdo da conversa, foi emitido um mandado de busca e apreensão para que o
escritório da Cambridge Analytica fosse vasculhado.
Queda na bolsa
Os
investidores ficaram desconfiados com a falha na proteção na dos dados
disponibilizados para a rede social. Isso fez o Facebook perder US$ 36 bilhões de seu valor de mercado.
As ações da empresa caíram 6,34% só na segunda-feira (19), a maior queda em
seis anos. Durante o dia, as perdas chegaram ao patamar de US$ 40 bilhões, mas
até o fechamento da Nasdaq houve uma pequena recuperação.
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