O presidente da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está criticando publicamente o uso das Forças
Armadas na greve dos caminhoneiros.
“A decisão foi errada”,
disse ao blog de Josias de Souza, na Folha de São Paulo, na noite de
sexta-feira. E completa: “Isso é coisa típica de governo fraco”.
Foi publicada em edição
extra do Diário Oficial da União (DOU) na noite desta sexta-feira uma decisão
que autoriza o emprego das Forças Armadas para a Garantia de Lei e da Ordem até
o dia 4 de junho.
Elas incluem a remoção ou
a condução de veículos que estiverem obstruindo a via pública e a escolta de
veículos que prestem serviços essenciais ou transportem produtos considerados
essenciais.
Para Maia, o governo não
deveria ter ido além do que foi autorizado por Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal, a pedido da Advocacia-Geral da União.
Moraes permitiu que a
força fosse usada para desbloquear estradas, mas não mencionou Exército, apenas
Polícia Rodoviária Federal, Polícias Militares e Força Nacional de Segurança.
“Foi o que o governo
pediu. E seria suficiente”, avaliou Maia. “As Forças Armadas devem ser deixadas
para o final, para situações extremas. Mas o presidente parece gostar do
simbolismo.”
Maia já havia declarado à
imprensa na sexta-feira (25) que o uso do Exército era “desnecessário” e que
“as palavras do presidente estão tendo pouca credibilidade com a sociedade”.
Maia é pré-candidato à
Presidência da República pelo DEM e sua atuação na greve dos caminhoneiros foi
marcada por um erro de cálculo.
Ele defendeu que alíquota
do PIS/PASEP e do Cofins fosse zerada para o óleo diesel, o que acabou sendo
incluído na proposta de reoneração da folha de pagamento aprovada pela Câmara.
Os deputados divulgaram
que a previsão de perda de arrecadação seria da ordem de R$ 3 bilhões, enquanto
o governo falava em R$ 12 bilhões.
Maia acabou voltando atrás
e admitiu que a perda de arrecadação seria maior do que o previsto, mas em
torno de R$ 9 bilhões.
Fonte: Exame.com
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