O
presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
Dyogo Oliveira, disse hoje (18) que os empréstimos feitos para Cuba e
Venezuela não deveriam ter ocorrido. A dívida dos dois países com o
BNDES é de aproximadamente US$ 1 bilhão.
“Olhando hoje,
fica claro que eles [Cuba e Venezuela] não tinham condições de pagar.
Provavelmente não deveriam ter sido feitos, mas agora temos que ir
atrás do dinheiro”, afirmou Oliveira, ao participar do 9ª Seminário
Internacional Patentes, Inovação e Desenvolvimento, na sede da Federação das
Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
Segundo
Dyogo Oliveira, a inadimplência não traz grandes impactos para os
resultados da instituição financeira. Isso porque cerca de 90% das exportações
financiadas não são para esses países. “O volume disso em relação à carteira do
banco não é preocupante. É um volume pequeno diante de uma carteira de
exportação de US$10 bilhões”, acrescentou.
O
presidente do BNDES deu detalhes do caso de Cuba, cujo saldo devedor é de quase
US$ 600 milhões. As parcelas em atraso somam cerca de R$17,5 milhões. “Estamos
empreendendo uma série de ações no sentido de recuperar o pagamento das
operações. O governo de Cuba tem se mostrado solícito, aberto a buscar soluções.
Alega, no entanto, que em virtude de questões climáticas e financeiras do país,
não tem tido a capacidade de honrar totalmente os pagamentos”, explicou.
Dyogo
Oliveira disse que os cubanos vêm fazendo pagamentos parciais na medida da sua
capacidade financeira. “Nesse momento, nosso esforço é encontrar alternativas
para que eles possam retomar os pagamentos e voltar à adimplência”, finalizou.
A
maior parte do dinheiro foi destinada às obras de modernização do Porto de
Mariel, executadas pela construtora brasileira Odebrecht. A primeira fase
das obras foi inaugurada em janeiro
de 2014.
No
caso da Venezuela, os empréstimos, aprovados em 2004, foram para exportações de
bens e serviços por meio da Odebrecht, responsável pela expansão do
metrô de Caracas e obras de irrigação em Maracaibo, no noroeste do
país. Na ocasião, foram liberados US$ 194,6 milhões.
Fonte: Agência Brasil
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