Se alguém pronunciar o
nome Deivite Wener Araújo Galvão, em Belém e todo o Pará, muito poucas pessoas
saberão de quem se trata. Mas, se alguém ouvir falar do Gordo do Aurá,
certamente todos saberão quem é. Ele foi preso por tráfico de drogas, solto 30
dias depois, na semana passada reassumiu o mandato de vereador na Câmara
Municipal de Ananindeua.
Gordo do Aurá foi eleito
vereador, em 2016, por Ananindeua, segundo maior colégio eleitoral do
Pará, localizado na Região Metropolitana de Belém, cuja população já ultrapassa
mais de meio milhão de habitantes. Mas, dia 4 de setembro foi preso por
determinação judicial, durante a Operação Cristo Redentor, acusado de liderar a
facção criminosa, Comando Vermelho na Região Metropolitana de Belém. (RMB).
Nas eleições deste ano,
ele se tornou o nome mais pronunciado de toda campanha eleitoral, bem mais que
os candidatos ao governo. Gordo do Aurá foi usado nas campanhas: do governador
eleito, Helder Barbalho (MDB) e Márcio Miranda (DEM). Um acusou o
outro de se beneficiar do dinheiro do tráfico de drogas, que segundo o
Ministério Público e a Polícia do Pará, é comandado na RMB pelo vereador de
Ananindeua.
Porém, o vereador, acusado
de liderar a organização criminosa, passou apenas um mês preso. Ele contou com
o beneplácito do judiciário, que o concedeu alvará de soltura e foi libertado
no dia 4 de outubro, três dias antes da eleição do primeiro turno.
Gordo do Aurá subiu em
vários palanques, especialmente, do presidente da Câmara de Vereadores de
Ananindeua, o médico maranhense, conhecido politicamente como Dr. Daniel,
proprietário da maternidade Santa Maria, localizada no bairro do PAAR, em
Ananindeua, que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que se elegeu o deputado
estadual mais votado do Pará com 113.588 votos.
O vereador acusado de
comandar o tráfico na RMB foi visto também nos palanques e carreatas da
vereadora Francy Meira e outros candidatos não eleitos e gravou várias
mensagens de apoio político a diversos candidatos.
Irmão de
Gordo do Aurá comanda seus negócios atualmente
No
ano de 2010, Gordo do Aurá foi preso pela primeira vez pela polícia
do Pará, juntamente com uma quadrilha de roubo de veículos nas estradas
paraenses. Além dele, integrava o grupo, seu irmão José Alexandre
Araújo Galvão.
O
dois foram soltos, no mesmo ano, mas em 2015, José Alexandre voltou a ser
preso, acusado de envolvimento em tráfico de drogas e até em homicídios. Preso
no Centro de Triagem de São Brás, ele escapou usando cordas feitas com lençois
do anexo à Seccional de São Brás, na capital paraense. José Alexandre foi
recapturado pela polícia em Castanhal, nordeste do Pará, sete meses após a
fuga. Mas, no ano seguinte foi novamente colocado em liberdade pela justiça.
Quando
Gordo do Aurá se elegeu vereador, segundo informações da polícia, passou o comando
do tráfico de drogas para o irmão. Quando ele foi preso durante a Operação
Cristo Redentor, estava em uma residência no próprio bairro do Aurá, onde
a polícia encontrou aparelhos celulares, máquinas fotográficas e
mídias, levadas ao laboratório para análise dos dados para investigação.
A
Operação Cristo Redentor foi desencadeada no residencial Pouso das
Aracangas, no bairro do Aurá, onde 15 pessoas do grupo criminoso foram presas.
A polícia também apreendeu nove tabletes de maconha
prensada, petecas de pasta base, pedras de oxi e armamentos. A operação
cumpriu 1.344 mandados de busca e apreensão.
Fonte: romanews.com.br
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