Mais de 80 índios que vivem às margens do rio
Paraopeba estão com "pequenas reservas de água"
O rompimento de uma barragem de mineração da
Vale em Minas Gerais na semana passada deixou integrantes de uma aldeia
indígena com acesso a uma oferta limitada de água potável, disse nesta
segunda-feira (28) a Fundação Nacional do Índio (Funai), que ressaltou ter
enviado uma equipe para apoiar os indígenas.
Segundo a Funai, mais de 80
índios que vivem às margens do rio Paraopeba estão com "pequenas reservas
de água" após o desastre na sexta-feira ter gerado um mar de lama e
rejeitos de mineração que poluiu o manancial e destruiu instalações da própria
Vale e comunidades locais.
Os índios são da aldeia
Naõ Xohã, situada no município mineiro de São Joaquim de Bicas, disse a Funai.
"Eles estão em uma área
segura em relação à posição do rio e até ontem (domingo) nos informaram que
tinham pequenas reservas de água", afirmou em nota o coordenador regional
da Funai em Governador Valadares (MG), Jorge Luiz de Paula.
A Funai acrescentou que não
houve feridos e disse que "disponibilizou um caminhão para arrecadar
doações de água que serão levadas à aldeia nesta segunda-feira".
A medida teria sido tomada, de
acordo com a Funai, após pedido da ministra da Mulher, Família e Direitos
Humanos, Damares Alves, e de voluntários.
O rompimento da barragem da
mina de ferro de Feijão deixou 60 mortos e 292 desaparecidos, segundo a mais
recente atualização de números de vítimas da tragédia, divulgada na manhã desta
segunda-feira.
De acordo com a Funai, o presidente
da instituição, Franklimberg de Freitas, tem articulado para que as equipes que
atuam no local do incidente em Minas Gerais apoiem as populações indígenas
impactadas.
A nota da Funai, no entanto,
afirma que já houve contato com a câmara técnica que lidera as ações na área,
"mas o foco das doações e do atendimento médico ainda está nas vítimas do
desastre".
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