Em 2018 foram gastos R$ 597
milhões por falhas no fornecimento de energia do país vizinho. Aneel vota,
hoje, edital para leilão de energia
O agravamento das crises
econômica e política na Venezuela vem gerando prejuízos exponenciais para os
brasileiros, sobretudo no último ano. Em 2018, o Brasil se viu obrigado a
acionar suas usinas termelétricas para suprir falhas na linha de transmissão
que abastece o estado de Roraima com energia da Venezuela. De acordo com dados
da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a operação custou R$ 597
milhões e a conta foi dividida com consumidores de todos os estados do
País.
Ainda segundo a Aneel,
Roraima sofreu um número recorde de apagões no ano passado. Foram 85 blecautes,
sendo 72 deles por conta de falhas na linha de transmissão da Venezuela.
Apreensão e precaução
Com a fronteira terrestre
da Venezuela com o Brasil fechada e um risco ainda maior no corte do
fornecimento de energia do país vizinho para Roraima, a Aneel resolveu se
mexer. Nesta terça-feira (26), a agência votará a proposta de edital para um
leilão de energia para atender o estado.
Segundo uma portaria do
Ministério de Minas e Energia, publicada no último dia 14 de fevereiro, no
Diário Oficial da União, o leilão está previsto para o dia 31 de maio e tem
objetivo de garantir o abastecimento de Roraima de 2021 a 2036. Foi anunciado
ainda no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB).
Com o leilão, a Aneel quer
substituir a energia importada da Venezuela e a também gerada pelas térmicas a
óleo diesel, que são mais caras e poluentes.
A proposta prevê a
contratação de mais energia de fontes renováveis como solar, biomassa e eólica
e, ainda, o uso de sistemas complementares, como baterias.
Todo mundo paga a conta
Engana-se quem pensa que
apenas os moradores de Roraima pagam pelo abastecimento de energia no estado.
Grande parte da despesa vai para todos os consumidores de energia do País por
meio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Trata-se do tributo que
custeia os subsídios da conta de luz, entre eles o combustível usado na geração
térmica nos sistemas isolados.
Em 2019, a CDE tem R$ 749
milhões reservados para o atendimento de Roraima. Os recursos são para pagar
pelo acionamento normal das térmicas e também pelo risco de corte no
fornecimento venezuelano, o que exigirá um custo maior com as térmicas.
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