Apesar de a referência
imediata ser Novo Progresso, é o município de Altamira quem diretamente vai se
beneficiar da arrecadação de taxas, impostos e compensação financeira pela
lavra do ouro.
Já estão em apreciação por
analistas da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) o
Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) do
projeto de mineração de ouro Coringa, assinado pela multinacional Chapleau
Exploração Mineral Ltda. A reportagem teve acesso exclusivo aos relatórios
entregues no final do mês passado e analisou o Rima de 47 páginas elaborado
pela consultoria Terra Meio Ambiente. A boa notícia é que, se o licenciamento
passar, o projeto Coringa vai abrir 348 postos fixos de trabalho na operação e,
antes disso, quase 500 empregos temporários durante a etapa de implantação.
Na segunda-feira (25), a
reportagem folheou a ruma de páginas dos documentos que já estão com a Semas e
constatou que a mineração vai ocorrer nos limites entre os municípios de Novo
Progresso e Altamira, no coração da Amazônia paraense. O projeto Coringa —
geologicamente localizado no distrito aurífero do Tapajós — pretende lavrar
ouro em minas subterrâneas, com previsão de instalação de planta de
beneficiamento com capacidade para processamento de 167.900 toneladas de
minério que contenham ouro e, ainda, prata.
A área industrial do
empreendimento será composta pela planta de processamento e instalações
auxiliares, como escritórios, oficina, subestação de energia, pátio de
geradores, tanques de combustível, tanques de armazenamento e distribuição de
reagentes.
IMPACTOS AMBIENTAIS
De acordo com análise da
Terra Meio Ambiente, durante a instalação do projeto Coringa, estão previstas
supressão de vegetação e terraplenagem, visando à implantação do sistema de
drenagem e às construções de canteiro de obras e das estruturas fixas para a operação
da lavra subterrânea. Essas medidas resultarão em redução significativa da
vegetação.
Já na instalação e
operação, haverá transporte de equipamentos, insumos e pessoal, bem como
abertura de vias internas e utilização de explosivos. Com isso, serão
aumentados os fluxos de maquinários e veículos, e haverá intensa geração de
ruídos. Esse conjunto de atividades e alterações da paisagem, segundo descreve
a consultoria, causará afugentamento de fauna e colocará os animais silvestres
em risco de morte por atropelamentos. No tocante a plantas e animais aquáticos,
poderá haver perda ou morte devido à possível alteração da qualidade da água
nos igarapés, ocasionada por erosão, captação ou descartes de efluentes.
Fonte: Blog Zé Dudu
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