Dessa vez, a regularização da atividade garimpeira, ou vai, ou racha. Hoje, foi dado mais passo nesse sentido, com a grande reunião, ou seminário, como denominou o deputado Airton Faleiro, realizada nas dependências da Câmara Municipal de Itaituba, depois que um grupo de índios da etnia mundurucu bloqueou a entrada do Espaço Português, local anunciado por ser amplo e comportar folgadamente todos.
Um bom número de participantes, ao chegar ao Espaço Português
surpreendeu-se com manifestação dos indígenas, que se anteciparam e colocaram
uma faixa onde se lia: “Somos contra o garimpo”. No caso, a posição contrária é
contra garimpagem em terras indígenas, cuja discussão de legalização foi
levantada pelo próprio presidente Jair Bolsonaro.
Sem perda de tempo foi
providenciado outro local, a Câmara Municipal, e pouco depois de dez horas os
trabalhos estavam sendo iniciados, não antes de serem tomados alguns cuidados
para evitar que os índios pudessem voltar a impedir o andamento da reunião. O
portão foi fechado para evitar surpresas, com o apoio da Polícia Militar, que
se posicionou na frente do prédio, pelo lado de fora, onde ficaram os militares
do Tático.
Antes de chegar à metade
da duração da reunião, houve um burburinho dando conta de que os índios
estariam chegando. Mas, embora seja verdade que eles desceram do Espaço
Português rumo ao Centro da cidade, não apareceram na frente da Casa de Leis, e
dessa forma as discussões puderam seguir seu curso normal.
Os trabalhos – A mesa foi
composta somente por autoridades, pois, era grande o número de representantes
de entidades, não cabendo todo mundo. O presidente da subcomissão de Mineração,
deputado federal pelo Pará, Airton Faleiro, foi o primeiro a ser chamado,
seguindo-se o deputado federal, também do Pará, Joaquim Passarinho,
vice-presidente da subcomissão.
O prefeito Valmir Clímaco,
de Itaituba, o prefeito de Novo Progresso, Macarrão e o vereador Wescley Tomaz,
de Itaituba, completaram a mesa, que mais tarde foi acrescida com a chegada do
deputado estadual Eraldo Pimenta. Foi observada por parte dos presentes a
ausência do deputado Hilton Aguiar. E os pronunciamentos começaram pelos
membros da mesa.
Foram falas curtas, pois
não havia lugar para longos discursos sob pena de tornar a reunião muito
cansativa. E não havia espaço para discursos inflamados, pois se tratava de uma
reunião de trabalho, não um palanque político. Felizmente, quase todos
entenderam isso, fazendo apenas algumas observações a respeito da importância
da oportunidade. Quase todos, porque para não fugir à regra, um ou outro
adentrou pelo discurso mais político.
Cerca de vinte pessoas
inscreveram-se para falar, boa parte, lideranças da área garimpeira. Com um
número tão grande de oradores, foi preciso limitar o tempo, que nem sempre foi
observado, mas, isso evitou falas cansativas e fora do contexto.
Houve um ligeiro momento
de tensão após a fala de um advogado de nome Lucivan Dias, de Itaituba, cujo
conteúdo provocou uma reação do deputado Joaquim Passarinho, que respondeu ao
que ele entendeu como uma provocação, pois, teria dito o advogado, que esse tipo
de reunião não dá em nada. Mais tarde a reportagem do blog e do Jornal do
Comércio conversou com o advogado, que disse ter sido mal interpretado.
A seguir, o blog reproduz
o teor de uma série de entrevistas feitas com participantes da reunião. Observa-se
que existe uma identificação entre as manifestações e uma consciência de que
não há tempo a perder, posto que o momento é favorável à atividade pela qual o
próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, mais de uma vez, já mostrou
simpatia e disposição de ajudar a se regularizar.
Fonte: https://www.jotaparente.com/
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