Eduardo Braga, Amazonino Mendes, Wilson Lima e a posse da Terra Prometida


Por RAIMUNDO DE HOLANDA

 

Vai ser difícil até julho, quando serão realizadas as convenções partidárias, aparecer um candidato ao governo do Amazonas capaz de fazer frente a Amazonino Mendes, Eduardo Braga ou Wilson Lima. É improvável tambem uma aliança  prematura ainda no primeiro turno entre Braga e Amazonino, pelo simples fato de Mendes estar mais entusiasmado do que nunca e disposto a encerrar a carreira com uma vitória nas eleições deste ano. Capital politico, ele tem. A idade - 82 anos - não é obstáculo, e, ao que parece, nem  para um eleitorado que tem citado seu nome nas diversas pesquisas de opinião realizadas até aqui.

Mas pesquisas são fotografias de um momento. E a campanha ainda não começou.

Braga é ousado, determinado, governou o Amazonas por duas vezes e é um senador de projeção nacional, tendo sido inclusive ministro das Minas e Energia.

 

Wilson Lima faz um governo de altos e baixos. Contra todos os prognósticos mantém a preferência entre 14 e 16 por cento do eleitorado, o que é um número surpreendente.  Está aquartelado há três anos na Terra Prometida, onde oferece leite e mel, tudo o que o eleitor gosta de usufruir, sem se importar com o futuro do Estado. Subestimá-lo é um erro que pode custar caro a seus adversários.

Há ainda apoios nacionais em negociação. A provável aliança com Bolsonaro aumentará a capacidade de Wilson oferecer leite, pão e mel. Se compor com o prefeito David Almeida, estará formada uma das mais fortes linhas de frente para disputar o governo do Amazonas.

É bom não esquecer que Manaus concentra mais de 60 por cento do eleitorado, e é  em grande parte bolsonarista.  Mas também não dá para subestimar Amazonino. Inteligente, com 30% do eleitorado consolidado no Estado, Amazonino só precisa da mágica para  manter esses eleitores com ele e ganhar outros outros 10ˆ% durante a campanha.

É difícil prever um segundo turno  - se entre Braga e Amazonino, se entre Wilson e Braga, ou Wilson e Amazonino.

A grande dúvida está na disputa da única vaga de senador. Omar Aziz, que tenta a reeleição, ganhou  um inimigo feroz, disposto  a impedir seu retorno a Brasília: o presidente Bolsonaro, alvo do senador na CPI da Pandemia. Uma união Bolsonaro Wilson Lima seria danosa para o senador, que perderia fatalmente o apoio da máquina do Estado. A aliança com Lula  significa pouco, o que levará o senador a buscar uma aliança com Braga ou Amazonino, mas esses são caminhos que começam a ser fechados.

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