Após um mês do desaparecimento do avião bimotor no
sudoeste do Pará, familiares dos passageiros ainda mantêm a esperança de
encontrá-los com vida. A aeronave desapareceu quando seguia
de Itaituba para Jacareacanga, no dia 18 de março e transportava o
piloto, um motorista e três técnicas de enfermagem que seguiam para uma aldeia
dos índios Munduruku.
Cláudia Aguiar, irmã da passageira Luciney Aguiar:
'Entregamos na mãos de Deus e estamos
confiantes' (Foto: Luana Leão/G1)
Na manhã desta sexta-feira (18), os familiares
receberam a informação de que uma mancha de óleo foi encontrada em uma das
regiões onde as buscas estão sendo feitas. De acordo Cláudia Aguiar, irmã da
passageira Luciney Aguiar, a mulher do piloto do avião desaparecido, Luís
Feltrin, estava sobrevoando a área na tarde de quinta-feira (17), quando
avistou uma mancha de óleo que saía da floresta em direção ao rio.
A notícia aumentou a expectativa dos familiares que
aguardam por uma resposta sobre o caso. “A gente mantém a esperança de
encontrar eles com vida. Sabemos de pessoas que passaram 30, 45 dias perdidos
na mata e foram encontradas com vida. Entregamos nas mãos de Deus, mas estamos
confiantes”.
De acordo com o secretário municipal de Assuntos
Indígenas de Jacareanga, Ivânio Nogueira, militares e voluntários seguiram para
o local na manhã desta sexta-feira para averiguar o novo indício. "A
equipe de voluntários e indígenas por terra e água já seguiu bem cedo hoje para
lá e os dois aviões da FAB que estão aqui também sobrevoam. Ontem chegaram a
ir, mas o tempo estava muito fechado e tiveram que retornar", explica.
Os familiares continuam recebendo as
doações para arrecadar dinheiro, alimentos, botas, facões e material para
auxiliar nas buscas que estão sendo feitas por voluntários na floresta
amazônica. “Estamos recebendo alimentação e ajuda em dinheiro para enviar aos
voluntários que já estão indo para a mata realizar as buscas. Todos os dias
eles trabalham. Essa é a ajuda que temos”, diz Claúdia.
Passageira enviou mensagem ao tio de dentro do
avião (Foto: Luana Leão/G1)
O comerciante Rubélio Santos, tio da técnica de
enfermagem que chegou enviar SMS de dentro do avião, diz que a família vive a
expectativa de receber boas notícias diariamente. "Mesmo passando um mês,
o telefone não pode tocar que nós já ficamos com aquela ansiedade de receber
uma notícia positiva. A nossa esperança é essa, de encontrá-los vivos. Eles
podem estar perdidos naquela mata, é muito grande".
Sobre o indício de manchas de óleo encontradas na
tarde de quinta-feira, ele ressalta que, apesar de terem surgido várias pistas
ao longo do mês, a esperança renasce. "Nos apegamos muito com Deus e por
ser um período que representa a ressurreição de Cristo, temos fé de que virão
boas notícias, porque a esperança é a última que morre", destaca Rubélio.
Entenda o caso
A aeronave decolou do aeroporto de Itaituba às
11h40 do dia 18 de março e sumiu 1h20 depois de o piloto ter feito o último
contato pelo rádio. Desde então, a Força Aérea Brasileira (FAB) realizava
buscas na região. Além das buscas aéreas, voluntários, que incluem moradores
de Jacareacanga, funcionários do Distrito Sanitário Indígena e indígenas
da tribo Munduruku também procuram diariamento na mata.
A FAB chegou a anunciar a suspensão das buscas
por tempo indeterminado, mas ao voltar para a base, em Manaus,
a tripulação da aeronave teria avistado algo e decidiu retomar as buscas.
O órgão militar informou ainda que a averiguação foi realizada sob condições
meteorológicas não ideais e foi interrompida, mas em novas buscas, o avião
continuou desaparecido. Um helicóptero e um avião da FAB estão em Jacareacanga
auxiliando nas buscas.
De acordo a Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac), a situação da aeronave desaparecida, de matrícula PR-LMN, estava
regular. A Inspeção Anual de Manutenção (IAM) e o Certificado de
Aeronavegabilidade (CA) estavam em dia.
Fonte: G1
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