A Polícia Civil do Pará
deu cumprimento, hoje de manhã, aos mandados de prisão preventiva enviados ao
Pará pela Polícia Civil do Mato Grosso em desfavor de Juraci Soares Lacerda e
do filho dela, o presidiário Fernando Soares Lacerda.
A mulher
foi presa em sua residência localizada no município de Jacundá. Fernando, que
está custodiado no presídio do Centro de Recuperação Regional de Tucuruí, teve
o mandado de prisão cumprido na cadeia. Os mandados de prisão foram cumpridos
em ação conjunta das equipes da Superintendência Regional da Polícia Civil do
Lago de Tucuruí, do Núcleo de Apoio a Investigação de Marabá e do Grupo de
Pronto Emprego, em apoio à Operação Red Money articulada pela Polícia Civil do
Estado do Mato Grosso.
Fernando responde, no
Pará, processo criminal por associação criminosa. A mulher vai ser conduzida ao
presídio regional em Marabá, onde ficará custodiada à disposição da Justiça de
Cuiabá, no Mato Grosso, assim o presidiário que irá permanecer no presídio de
Tucuruí também à disposição da Justiça mato-grossense. Fernando responde no
Pará a processo criminal por crime de associação criminosa.
Em abril deste ano, ele
foi preso junto com outros quatro homens, no município de Jacundá, no sudeste
do Pará, após o grupo ter sido flagrado com farto material usado em
arrombamento de cofres e um aparelho eletrônico usado como bloqueador de sinais
de telecomunicação em agências bancárias. Os cinco presos foram transferidos
para o município de Tucuruí, na época, onde foram autuados em flagrante pelo crime.
Fernando e sua mãe Juraci são investigados pela Polícia Civil de Mato Grosso
acusados de integrar facções criminosos que atuam nesse Estado.
OPERAÇÃO RED MONEY Uma
megaoperação da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso foi deflagrada na manhã
desta quarta-feira (08), para cumprimento de 94 mandados de prisão preventiva
contra membros de uma facção criminosa instalada no Estado de Mato Grosso.
Foram cumpridos ainda 59 mandados de busca e apreensão domiciliar, 80 ordens
judiciais de bloqueios de contas correntes, além de sequestro de bens
(veículos, joias, imóveis) e valores. Ao todo, foram 233 ordens judiciais
decretadas para operação.
A operação denominada “Red
Money” foi coordenada pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil
juntamente com a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), com apoio da
Diretoria de Interior - Núcleos de Inteligência das Delegacias das Delegacias
de Cáceres, Barra do Garças, Água Boa, Juína, Sinop, Primavera do Leste,
Rondonópolis, Tangará da Serra, Guarantã do Norte, Pontes e Lacerda) -, Núcleos
de Inteligência da Delegacia Especializada de Entorpecentes (DRE) e Delegacia
Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos Automotores (Derrfva),
além de colaboração da Polícia Civil dos Estados do Pará e Mato Grosso do Sul.
A ação contou também com o
apoio da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), Secretaria de Estado
de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Perícia Oficial e Identificação Técnica
(Politec) e do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAer). A investigação
iniciada há mais de 15 meses busca apreender patrimônio e descapitalizar a
principal facção criminosa, cujas lideranças estão no maior presídio de Mato
Grosso, a Penitenciária Central do Estado (PCE).
Segundo a apuração, a organização
desenvolveu internamente um sistema de arrecadação financeira próprio, criando
assim um grande esquema de movimentação financeira e lavagem de dinheiro, com
utilização de empresas de fachadas, contas bancárias de terceiros, parentes de
presos, entre outros. Por meses, os analistas estudaram o sistema de
arrecadação financeira da facção criminosa descobrindo três fontes principais
de recursos:
1. Mensalidade paga pelos
faccionados, chamadas de “camisa”;
2. Cadastramento e
mensalidades pagas por traficantes ou por cada ponto de venda de droga,
conhecidas por “biqueiras”; e
3. Cobrança de “taxa de
segurança” de comércios (extorsão de comerciantes).
“A Polícia Civil entendeu
a necessidade de atuar de forma a combater a lavagem de dinheiro. Esses presos,
ainda recolhidos no Sistema Penitenciário, voltam a delinquir e comandam
diversos crimes do lado de fora”, disse o delegado geral da Polícia Civil,
Fernando Vasco. A operação “Red Money” mobilizou 520 policiais civis (98
delegados, 350 investigadores, 102 escrivães) para o cumprimento de mais de 230
ordens judiciais. Dos 94 mandados de prisão, 29 alvos já estão presos em
presídios de Mato Grosso e um no Pará.
Do lado de fora são
procurados 51 suspeitos na região metropolitana e 11 no interior do Estado
(Rondonópolis, Sinop, Nova Olímpia, Sorriso, Peixoto de Azevedo, Guarantã do
Norte e Poconé). Outros dois alvos terão os mandados cumpridos fora de Mato
Grosso. São dois suspeitos no Estado do Pará (um preso no Presídio de Tucuruí e
um solto na cidade de Jacundá) e um suspeito solto em Campo Grande (MS). Entre
as medidas cautelares estão o bloqueio judicial de 80 contas correntes,
sequestro de uma fazenda no município de Salto do Céu, duas casas e um terreno
em Cuiabá, dois caminhões e cinco automóveis. As ordens judiciais foram
deferidas pelo juiz de direito, Marcos Faleiros da Silva, da 7ª Vara Criminal -
Vara Especializada do Crime Organizado.
O sistema de arrecadação
financeira da facção investigada na operação “Red Money” assume formato de
pirâmide. No topo está o núcleo de liderança e na base dezenas de contas
bancárias, com movimentação menor, que fazem a captação de dinheiro, e,
gradativamente, repassam às contas maiores. O delegado Luiz Henrique de
Oliveira, Coordenador de Inteligência da Polícia Civil, disse que a deflagração
da operação corresponde ao fechamento de uma etapa importante da investigação e
agora iniciará um trabalho mais técnico, de análise dos documentos apreendidos,
interrogatórios, oitiva de testemunhas, identificação de outros suspeitos.
Conforme ele, além das
prisões, o objetivo principal é a apreensão do patrimônio e descapitalização da
organização criminosa. “A operação Red Money indica que a Polícia Judiciária
Civil avançou um degrau na forma de se combater as facções criminosas no
Estado, precisamos focar no aspecto financeiro e patrimonial para enfraquecer
essas organizações criminosas”, frisou. O delegado da Gerência de Combate ao
Crime Organizado (GCCO), Diogo Santana, chamou atenção para o fato de que
várias pessoas forneceram conta bancária para que fosse movimentado dinheiro
ilícito, e, agora, terão que informar a mando e interesse de quem fizeram isso.
“Qualquer pessoa que empresta sua conta bancária para movimentar valores
ilícitos pode incidir no crime de lavagem de dinheiro”, afirmou. (Texto da
Assessoria de Comunicação da Polícia Judiciária Civl de Mato Grosso).
Fonte: PC-PA
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