Casa
de Alto Padrão em condomínio fechado é avaliada em quase 1 milhão de reais.
A Justiça Estadual fará o leilão de imóveis
disponibilizados pelo ex-vereador em acordo judicial, cujo o valor arrecadado
retornará aos cofres públicos. O recurso deve ser aplicado na reforma do
Hospital Municipal de Santarém, conforme acordo entre o Ministério Público do
Estado, Câmara Municipal e Prefeitura de Santarém.
A mansão possui 4 suítes, em área construída de 240
m², onde está incluído os móveis planejados e aparelhos de centrais de ar.
É situada em condomínio fechado, com área de laser
com complexo de piscinas, quadra de tênis, Churrasqueiras, Campo de Futebol
Society, Salão de Eventos e Academia.
Outro imóvel é um terreno no mesmo condomínio,
medindo 14,75 x 29,5. Segundo investigações da Polícia Civil e do Ministério
Público Estadual, parte do dinheiro desviado por Reginaldo Campos da Câmara de
Vereadores, foi utilizado para compra dos imóveis.
SOBRE O LEILÃO
Foi marcado para o dia 18
de outubro, pela 2ª Vara Criminal de Santarém, o leilão dos bens imóveis do
ex-vereador Reginaldo Campos, preso pela “Operação Perfuga”. Esses bens imóveis
foram devolvidos por Reginaldo Campos, no dia 31 de janeiro deste ano, como
forma de colaboração premiada.
Os bens, uma residência
localizada no Condomínio Tapajós Royal Ville na Avenida Fernando Guilhon,
bairro Elcione Barbalho, perto do Shopping Rio Tapajós, avaliada em R$
976.270,40; e um terreno, no mesmo condomínio, avaliado em R$ 222 mil. O leilão
ocorrerá nas modalidades presencial e eletrônico. O procedimento presencial
acontecerá no Fórum de Santarém. Os interessados já podem realizar visitas nos
imóveis.
Na modalidade pela
internet, basta acessar o site www.deseulance.com
O Juiz da 2ª Vara Criminal
de Santarém, Dr. Rômulo Nogueira de Brito, nomeou Péricles Weber de Almeida,
como leiloeiro para a venda dos referidos bens.
COLABORAÇÃO PREMIADA
No mês de Janeiro foi
homologado, pelo Juiz da 2ª Vara Criminal de Santarém, a colaboração premiada
do ex-vereador Reginaldo da Rocha Campos, preso desde agosto de 2017, quando
foi deflagrada a operação Perfuga. Na época, com a colaboração, Reginaldo
Campos devolveria o valor aproximado de R$ 1,1 milhão em bens imóveis, que
iriaram a leilão judicial. Além disso, cumpriria pena de dois anos e meio em
regime fechado, dois anos em prisão domiciliar e o restante em regime aberto.
Ao homologar o acordo, o
juiz considerou que a colaboração foi “legal e regular, pois os depoimentos
foram colhidos após o colaborador se voluntariar em esclarecer os fatos, bem
como ratificou sua voluntariedade na audiência realizada nesta data, neste
juízo”. E completa: “o colaborador foi ouvido nos termos da Lei 12.850/2013
pelo Ministério Público, ocasião em que afirmou a voluntariedade de sua
conduta”.
Reginaldo Campos foi
vereador por mais de treze anos pelo município de Santarém, e no biênio de
2015/2016 foi presidente da Câmara de Vereadores. As investigações, iniciadas
pela Polícia Civil em conjunto com o Ministério Público, e que resultaram na
chamada “Operação Perfuga” (Proc. 0004468.91-2017.8.14.0051), concentraram-se
nesse período.
Foi descoberto um esquema
criminoso de desvio de dinheiro público no âmbito da Câmara de Vereadores, em
benefício de Reginaldo Campos e outros servidores da Casa Legislativa, além de
marcações ilegais de consultas e exames na Sespa, por meio de servidores da
Secretaria Estadual de Saúde.
Na investigação, foram
identificados servidores “fantasmas”, vinculados ao gabinete do ex-vereador
Reginaldo Campos, que apesar de não prestarem serviços à Câmara, recebiam
salário normalmente, sendo que alguns devolviam parte ou integralidade ao
parlamentar, que utilizava esse dinheiro para serviços particulares, como
pagamento de cartão de crédito, escola de filhos, compra de salgados, etc.
Diversas conversas foram captadas através de interceptação telefônica
autorizada judicialmente. Campos também se utilizava de uma servidora
“fantasma” para agendar consultas e exames na Sespa, valendo-se de servidores
da Secretaria.
Ao todo, respondem
criminalmente 28 pessoas pelos delitos de peculato, inserção de dados falsos em
sistema de informações, corrupção passiva, corrupção ativa, condescendência
criminosa, falsidade ideológica, atentado contra a segurança de serviço de
utilidade pública, falso testemunho e associação criminosa. Um dos denunciados,
Andrew Oliveira da Silva, também fez colaboração premiada com o Ministério
Público, homologada judicialmente, e confirmou as condutas narradas na denúncia.
Fotos: Edmundo Baía Junior.
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