Presidente eleito anunciou o 22º ministro de seu futuro governo em
publicação no Twitter. Ricardo Salles tentou se eleger deputado federal neste
ano, porém não conseguiu a cadeira.
O presidente eleito, Jair
Bolsonaro (PSL), anunciou neste domingo (9) o ex-secretário estadual do Meio
Ambiente de São Paulo Ricardo de Aquino Salles como futuro ministro do Meio
Ambiente.
Bolsonaro anunciou Ricardo
Salles por meio de sua conta no Twitter, assim como fez com os demais ministros
já escolhidos. Salles é o 22º e último ministro a ser anunciado para o futuro
governo. Bolsonaro tomará posse em 1º de janeiro de 2019.
Ele também anunciou o
desejo de fundir os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente. O presidente
eleito, contudo, abandonou a
ideia, mas destacou que não desejava ter um ministro "xiita" na
pasta.
A escolhida por Bolsonaro
para comandar o Ministério da Agricultura foi a deputada
federal Tereza Cristina (DEM-MS), indicada pela bancada
ruralista no Congresso Nacional.
Bolsonaro tem ressaltado
em entrevistas que a proteção ambientel precisa dialogar com o desenvolvimento
do país. O presidente eleito também declarou que não vai mais admitir que o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) saia "multando
a torto e a direito".
O Ministério do Meio
Ambiente foi criado em 1992. Entre as entidades vinculadas à pasta estão o
Ibama, a Agência Nacional de Águas (ANA), o Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o Instituto de Pesquisas Jardim
Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ).
Perfil
Ricardo de Aquino Salles,
de 43 anos, é natural de São Paulo. Advogado, Salles é ligado ao Movimento
Endireita Brasil e concorreu pelo Partido Novo, sem sucesso na última eleição,
a uma vaga de deputado federal por São Paulo.
Salles foi secretário
estadual do Meio Ambiente no governo de Geraldo Alckmin. Ele também foi
secretário particular de Alckmin.
Então filiado ao PP,
Salles assumiu a
secretaria em julho de 2016, após o partido apoiar a
candidatura de João Doria(PSDB) à prefeitura de São Paulo.
Ele deixou o
cargo em agosto de 2017. Segundo apurou o G1 à época,
a decisão foi política e influenciada pelo PP, que não estava satisfeito com o
desempenho de Salles.
Réu por improbidade
O novo ministro do Meio
Ambiente, Ricardo Salles, do futuro governo de Jair Bolsonaro (PSL), é réu numa
ação de improbidade administrativa movida por quatro promotores do Ministério
Público de São Paulo.
A ação foi recebida no dia
21 de novembro do ano passado, e os autos estão conclusos para a decisão do
juiz Fausto Seabra, da 3ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo.
A ação, movida pelos
promotores Silvio Marques, Leandro Lemes, Thomás Yabiku e Jaime do Nascimento
Júnior, diz que, no governo Geraldo Alckmin (PSDB), Salles e outras duas
pessoas teriam
fraudado o processo do Plano de Manejo da Área de Proteção
Ambiental da Várzea do Rio Tietê, no ano de 2016.
A denúncia diz que os
citados agiram com intenção de "beneficiar setores econômicos, notadamente
a mineração, e algumas empresas ligadas à Fiesp [Federação das Indústrias de
São Paulo]", e que "também foram modificados mapas elaborados pela
Universidade de São Paulo a pedido da Fundação Florestal e a própria minuta de
decreto do Plano de Manejo da mesma APA".
Segundo o texto da
denúncia, "alguns funcionários da Fundação Florestal foram pressionados a
elaborar mapas que não correspondiam à discussão promovida pelo órgão
competente". E acrescenta: "posteriormente alguns funcionários foram
perseguidos".
Em entrevista à revista
Globo Rural, no início desta semana, Salles se
defendeu das acusações. Ele disse que as duas decisões liminares da
Justiça sobre alterações no plano de manejo da Área de Proteção Ambiental (APA)
do Tietê foram favoráveis até o momento e que ainda não há sentença.
"Sou réu, mas não há
decisão contra mim. São todas favoráveis a mim. Todas as testemunhas foram
ouvidas, todas as provas produzidas e o processo está concluso para sentença,
pode ser sentenciado a qualquer momento. Todas as testemunhas ouvidas, de
funcionários do governo e fora, corroboraram a minha posição", afirmou na
entrevista.
O futuro ministro ainda
responde a um processo por improbidade administrativa, por violação aos
princípios constitucionais da administração pública, e responde a um processo
civil por dano ao erário.
Segundo relato da
promotora de justiça Miriam Borges, em junho de 2017, Salles era suspeito de
participar, no governo estadual, como interlocutor de interesses de empresas,
tendo sido investigado em inquéritos policiais por enriquecimento ilícito e
advocacia administrativa.
Um dos processos penais
foi trancado pela Justiça, a pedido da defesa. Salles não possui condenações
até o momento.
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